Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Suspeitos de matar empresário de Braga em silêncio no tribunal

04 set, 2017 - 13:58

São acusados de raptar e matar um empresário de Braga e de dissolver o corpo em 500 litros de ácido sulfúrico.

A+ / A-

Os sete homens acusados de raptar e matar um empresário de Braga e de dissolver o corpo em 500 litros de ácido sulfúrico, em 2016, não quiseram prestar declarações no Tribunal São João Novo, no Porto, esta segunda-feira.

Um destes arguidos, Pedro Bourbon, advogado de profissão, apenas usou da palavra para dizer que pretendia falar após a prova do Ministério Público (MP) e do depoimento de duas testemunhas "essenciais", classificando a acusação de “especulativa”.

Os outros dois arguidos no processo, um dos quais é acusado dos crimes de falsificação ou contrafacção de documento e de incêndio e o outro de furto qualificado, também ficaram em silêncio.

Durante o julgamento, o advogado de Pedro Bourbon, Filipe Guimarães, requereu que fosse feita uma perícia psicológica ao arguido para avaliar a sua perigosidade, a junção de mais testemunhas e a entrega de algumas sessões de escutas telefónicas.

O julgamento, que esteve agendado para 1 de Junho, foi adiado por ter sido considerado nulo o primeiro interrogatório, pelo que o processo voltou ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto.

Em prisão preventiva (medida de coacção mais gravosa), os arguidos estão acusados dos crimes de associação criminosa, furto qualificado, falsificação ou contrafacção de documentos, sequestro, homicídio qualificado, profanação de cadáver e incêndio.

Três daqueles arguidos vão ainda responder pelo crime de detenção de arma proibida.

500 litros de ácido

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a que a Lusa teve acesso, aqueles sete arguidos "organizaram-se entre si, criando uma estrutura humana e logística, com o propósito de sequestrar um empresário de Braga, de o matar e de fazer desaparecer o seu cadáver".

Com isso, pretendiam "impedir de reverter um estratagema" mediante o qual o património dos pais da vítima fora passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos, refere a acusação.

Na execução daquele propósito, e depois de terem monitorizado as rotinas da vítima, quatro dos arguidos dirigiram-se, em 11 de Março de 2016, a Braga, em dois carros roubados no Porto, numa empresa de comércio de automóveis, sustenta o MP.

“Abordaram o empresário por volta das 20h30, meteram-no no interior de um dos veículos automóveis e levaram-no para um armazém em Valongo, onde o mataram por estrangulamento, acabando por dissolver o cadáver em 500 litros de ácido sulfúrico, já noutro armazém, sito em Baguim do Monte”, realça a acusação.

Segundo o MP, "os crimes imputados aos arguidos são, além de extremamente graves, complexos e de difícil investigação, sendo sabido que os seus agentes procuraram dificultar e perturbar a acção policial, escondendo, destruindo e complicando as provas necessárias à descoberta da verdade, o que aconteceu de forma flagrante, em que os arguidos fizeram desaparecer o corpo da vítima”.

No âmbito desta investigação, o Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária (PJ) arrestou e apreendeu activos no valor de aproximadamente um milhão de euros.

A investigação, segundo esta força policial, “visou identificar, localizar e apreender património financeiro e imóvel no montante de cerca um milhão de euros que se encontrava em 24 aplicações financeiras, distribuídas por dez instituições bancárias e património imobiliário na titularidade ou domínio e benefício dos visados”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Giordano
    04 set, 2017 Lisboa 16:11
    A ganancia infelizmente não tem limites. Resta-nos pensar que este comportamento, de "animais" com aparecia humana (felizmente) vai constituindo uma minoria. Por mim, resta-me apenas lamentar, a justiça penal portuguesa, ainda mto imbuída do espírito do romantismo e dos brandos costumes, o que se traduz numa moldura penal de 25 anos máximo (nunca cumprida por quase nenhum homicida por força das benesses nela previstas) que ainda vigora no direito português. Esta na altura dos deputados (alguns verdadeiros cancros da Nação) se preocuparem em aumentar e fazer cumprir (em alguns casos) na integra, molduras penais mais elevadas, como por exemplo de 30 anos para mais, já que a pena de morrte, ainda está "mto à frente" para um país pobre, periférico e que ainda cultiva o triste fado. Tudo isto para dizer o seguinte: Acham, senhores leitores, que quem rapta, estrangula até á morte e queima em acido sulfúrico um ser humano apenas por este pretender que lhe devolvam o que é dele e da família dele, merece viver??? Fica a questão á consciência de cada um.
  • Filipe
    04 set, 2017 évora 15:58
    É normal e legal nestes casos , até costumam dizer na boca do povo : " quem cala consente ! " . Mas na justiça é diferente , pois embora seja uma maneira de fazer defesa , os advogados contratados para defenderem criminosos de alto gabarito e posse monetária , lhes diz aos arguidos para efetuarem esta tática do jogo , para que as provas contra eles sejam metidas na mesa pelos acusadores . Uma vez colocadas em cima da mesa , o que fazem de seguida é procurarem ERROS na obtenção de prova e ilegalidades , para irem afastando ao máximo o que diz a acusação , para no fim terem o mínimo de provas contra os criminosos . Não estavam à espera que eles lá chegados iriam contar como regaram o cadáver , pois não ? Mas existe uma coisa particular em Portugal , um Mundo corrupto ! É que por vezes esses advogados já tem pago milhões aos investigadores para propositadamente criarem erros judiciais ... perceberam ? Querem um exemplo recente ? Busquem nos chefes da máfia da droga recentemente metidos na rua .... pois é , pois é ... Resumindo : A justiça Portuguesa está feita para xular os pobres e ilibar os poderosos ... quantos afinal cumprem prisão efetiva ? Quantos presos pobres defendidos pela máfia de advogados oficiosos pagos pelo Estado cumprem prisão efetiva ? Quantos presos defendidos pela máfia da elite dos advogados poderosos cumprem prisão efetiva ? É fazerem contas !

Destaques V+