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Quem é o novo diretor da Polícia Judiciária?

15 mai, 2018 - 15:38 • Celso Paiva Sol

Um "histórico" da força policial que, apesar de exercer funções de direção há quase uma década, nunca deixou de ser um "homem do terreno".

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Depois de dez anos como diretor da Polícia Judiciária, tornando-se no dirigente que mais tempo ocupou aquele cargo, Almeida Rodrigues está de saída. Para o lugar que deixa vago avançará um dos "históricos" da PJ.

Era um dos nomes mais falados para a sucessão se, como veio a confirmar-se, o Governo optasse por manter um inspetor de carreira na liderança da Judiciária, em vez de voltar aos tempos em que eram quase sempre juízes a ocupar o lugar.

Luís Neves está na Policia Judiciária desde 1995, tendo ingressado na força policial assim que terminou a licenciatura em Direito e já depois de um estágio em advocacia. Sem qualquer desvio para outras unidades ou especialidades, esteve sempre ligado ao combate ao crime violento e ao terrorismo.

O foco nessas áreas começou na então Direção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), onde, ao longo de 13 anos, foi inspetor, coordenador e diretor-adjunto até ascender ao cargo de diretor daquela unidade. Mais tarde, já com a nova designação orgânica, foi o primeiro diretor da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo.

Este currículo faz dele um dos maiores especialistas de Portugal em questões de terrorismo e crimes transnacionais, sobretudo aqueles de caráter mais organizado e violentos, pelo menos do ponto de vista operacional. Internamente, ficou associado às investigações à extrema-direita, à vaga de explosões em caixas multibanco ou às máfias de leste.

Apesar das funções de direção que já exerce há quase uma década, com muitas reuniões nacionais e internacionais, a verdade é que Luís Neves nunca deixou de ser um homem do terreno, continuando a envolver-se nos inquéritos em curso na sua Unidade. Aos 54 anos, chega à cadeira de diretor nacional da Polícia Judiciária.

O homem que cruzou todas as etapas de investigador da PJ

Quando completar 60 anos em agosto, Almeida Rodrigues já vai estar no quadro de disponibilidade. Por sua vontade, no momento que parece ter planeado como tantas outras coisas, põe um ponto final em 36 anos de serviço na Policia Judiciária.

Ali fez carreira entre 1982, quando entrou como agente estagiário na diretoria de Lisboa, e o próximo mês de junho, mais precisamente no dia 15, quando cessará oficialmente funções.

O seu percurso cruzou, literalmente, todas as etapas da carreira de um investigador da Judiciária. Uma que foi, aliás, sendo construída dentro da instituição, uma vez que a licenciatura em Direito foi tirada na Universidade de Coimbra já enquanto trabalhador-estudante.

Para a história, entre outros factos relevantes, ficam sobretudo três marcos, o primeiro deles o facto de ter sido o diretor que mais tempo permaneceu em funções em 73 anos de vida da Polícia Judiciária.

A par disso, foi também o primeiro homem da casa – inspector de carreira – a chegar ao topo da hierarquia. Ficará ainda ligado à construção do edifício-sede da PJ, uma obra inaugurada em 2014 que marco um ponto de viragem, pelo menos no que toca às condições de trabalho de uma significativa parte dos seus funcionários.

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