07 fev, 2019 - 15:26 • Marina Pimentel com redação
O Ministério Público do Seixal arquivou a queixa apresentada por Sandra Cabrita contra o ex-companheiro e pai da sua filha de dois anos, o homem que, esta semana, matou a sogra e a filha antes de cometer suicídio.
A notícia foi inicialmente avançada pelo "Expresso" e entretanto confirmada por uma fonte do MP à Renascença.
"Na jurisdição criminal foi localizado um inquérito, o qual conheceu despacho de arquivamento", avançou a fonte.
Em causa está a queixa apresentada por Sandra Cabrita contra Pedro Henriques, num processo que deu entrada no Ministério Público do Seixal e que começou por ser classificado como de coação e ameaças agravadas.
Tal como a violência doméstica, estes crimes são públicos por serem agravados, pelo que queixas como essa não podem ser retiradas.
De acordo com o "Expresso", por duas vezes Sandra Cabrita queixou-se de ameaças proferidas pelo ex-companheiro de que pretendia raptar a filha de ambos, de dois anos. Contudo, já depois de ter obtido a guarda legal da criança, a vítima tentou retirar a queixa.
O pedido não foi aceite pelo Ministério Público, que acabaria por arquivar o processo. Num curto despachado, datado de fevereiro de 2018, o procurador Joaquim Pedro Pereira aponta que "não foram recolhidos indícios suficientes da prática dos factos denunciados", citando o facto de "não haver testemunhas" e o facto de que a própria vítima "não confirmou a factualidade denunciada".
No início desta semana, no dia 4 de fevereiro, Pedro Henriques tornou-se o principal suspeito do homicídio de uma mulher com cerca de 60 anos, mais tarde identificada como a mãe de Sandra Cabrita, ex-sogra do agressor.
Pedro Henriques pôs-se em fuga com a filha de dois anos, que no dia seguinte acabaria por ser encontrada morta na mala do carro do pai, que depois cometeu suicídio.