13 mar, 2019 - 07:12 • Redação
Os enfermeiros regressam à greve em Abril. Protesto nacional vai decorrer ao longo de todo o mês, em todos os serviços.
O pré-aviso foi publicado pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).
A paralisação arranca às 8h00 do dia 2 de abril e terminará às 24h00 do dia 30.
A greve decorre sob a forma de paralisação total do trabalho, "abrangendo todos os turnos que comportam as 24 horas dos dias anunciados de forma ininterrupta", refere o pré-aviso publicado na imprensa e que refere que será assegurada a prestação "dos serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação de 'necessidades sociais impreteríveis'".
À Renascença, o presidente do Sindepor confirmou que a greve, desta vez, é nacional e decretada para todos os serviços. “Neste sindicato cumprimos as promessas que fazemos aos enfermeiros”, sublinhou Carlos Ramalho.
Nestas declarações, Carlos Ramalho lembra o que está em causa. “Neste momento, o diploma de carreira está em discussão pública e, se for publicado, não trará nada de novo, vai ser uma nova imposição, como foi feito em 2009. Já são demasiados anos de imposições. Continuamos muito preocupados com a situação do descongelamento das progressões dos enfermeiros, pois temos praticamente metade sem progredir”.
Além disso, há a situação dos enfermeiros especialistas. “O subsídio de função não foi atribuído a muitos deles, o que significa, pela aplicação daquele diploma, que muitos não vão ter a transição automática para a categoria de enfermeiro especialista”.
Também alerta para os enfermeiros em termos de risco de penosidade e desgaste. “Lembro que os enfermeiros, neste momento, reformam-se aos 67 anos, como qualquer carreira geral e não é considerado especial risco de penosidade em termos de atividade para reforma”, conclui.
Em janeiro e fevereiro enfermeiros fizeram uma greve às cirurgias em blocos operatórios de hospitais públicos, tendo obrigado ao adiamento de milhares de operações. O Governo decretou a 7 de fevereiro uma requisição civil e pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República, que considerou a greve ilegal. A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros suspendeu-a, mas o Sindepor manteve-a, tendo o seu presidente estado em greve de fome durante dois dias.
A greve, a segunda no mesmo modelo e financiada por uma recolha de fundos numa plataforma 'online', arrancou depois de os dois sindicatos de enfermeiros terem terminado as reuniões negociais com o Governo sem consenso, sobretudo na questão do descongelamento das progressões da carreira, no aumento do salário base e respetivas progressões e na antecipação da idade da reforma.