09 mai, 2019 - 14:53 • Sandra Afonso
A introdução dos alunos às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é um passo essencial para garantir a qualificação e preparação dos futuros trabalhadores, diz a OCDE, mas segundo a mesma organização Portugal é um dos oito países menos eficazes nesta tarefa.
Num relatório publicado esta quinta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico coloca Portugal abaixo de 25% na integração das TIC no ensino, de forma generalizada, em todas as aulas e projetos. Portugal está a par da Grécia, Chile, Hungria, Itália, Letónia, Luxemburgo e Polónia e abaixo da média da organização.
Portugal introduziu em 2017 um guia em todas as escolas, com as competências e conhecimentos informáticos que deveriam ser adquiridos pelos estudantes até completarem o secundário. O objetivo é preparar os alunos para navegarem no complexo mundo digital, de forma crítica, elencando competências para aprenderem ao longo da vida. A OCDE alerta, porém, que estas iniciativas, que alargam os currículos, devem também prevenir a eventual sobrecarga dos alunos.
Para promover de forma eficaz a aprendizagem ao longo da vida deve ser incentivada a formação desde cedo de novas competências e o ensino primário e secundários desempenham um papel essencial de entrada no mundo digital. A OCDE defende a introdução de novas disciplinas, a diversificação do corpo docente, a orientação do trabalho para os resultados e a melhoria dos equipamentos escolares. Sugere ainda alargar o ensino obrigatório até aos 18 anos e reduzir os chumbos, como fez Portugal.
Dados de 2017 colocam Portugal como o terceiro país da organização com a maior diferença de acesso à internet entre os centros urbanos e as zonas rurais. Em Portugal, mais de uma em cada cinco casas não tem ligação e mais de 70% dos inquiridos diz que não sabe utilizar.
Apesar dos vários programas governamentais que já apostaram e apostam no acesso e alargamento do mundo digital a todo o território, a OCDE diz agora que ainda há caminho por fazer.