14 mai, 2019 - 07:27 • Lusa
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) refuta as acusações da Ordem dos Enfermeiros (OE) de que inspetores tinham entrado "sem mandado" nas instalações e "retido ilegalmente uma funcionária".
Num comunicado enviado à agência Lusa, a IGAS faz o relato do que passou na manhã de segunda-feira nas instalações da Ordem dos Enfermeiros, onde uma equipa de inspetores, acompanhada pela PSP, prosseguiu diligências de instrução no âmbito da sindicância à Ordem dos Enfermeiros ordenada pela ministra da Saúde.
"A fim de repor a verdade", a IGAS esclarece que, "cerca das 12h20, os inspetores sindicantes estavam a tomar declarações a uma trabalhadora da Ordem dos Enfermeiros, no seu próprio gabinete de trabalho", diligência que estava a ser "desenvolvida dentro da normalidade e com uma postura colaborante e tranquila por parte da trabalhadora", quando a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, entrou na sala "aos gritos".
Segundo a IGAS, "a bastonária da OE, acompanhada por um cão preto sem trela, entrou nas instalações aos gritos ordenando à trabalhadora em causa que saísse da sala, impedindo-a de continuar a diligência".
"Do mesmo passo, pontapeou a porta da sala e proferiu imputações e expressões injuriosas contra os inspetores ali presentes e puxou a trabalhadora para o exterior do gabinete, impedindo a prossecução da ação, o que ditou a elaboração do competente auto de notícia", refere o comunicado.
Segundo a OE, os inspetores entraram nas instalações da ordem, deslocaram-se até à sala de trabalho da funcionária e obrigaram-na a permanecer para prestar declarações sobre o processo de sindicância em curso, sem qualquer tipo de notificação, o que, afirma a OE, pode "configurar um sequestro e trata-se de mais uma violação da legalidade neste processo de sindicância já repleto de atropelos à lei".
Na sequência desta situação, a bastonária da OE e o advogado que representa a instituição, Paulo Graça, foram à direção nacional da PSP contar o sucedido a um "representante do diretor nacional" daquela polícia.
A sindicância à OE, determinada pela ministra da Saúde e realizada pela Inspeção-geral das Atividades em Saúde começou no final de abril, com Ana Rita Cavaco a manifestar desde o início dúvidas sobre a legalidade da inspeção.