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Pandemia de Covid-19

Portugal já testou 436 sequências do genoma do novo coronavírus

17 mai, 2020 - 16:02 • Marta Grosso

“Vamos ter de conviver com o vírus, portanto, é melhor preparar-nos”, afirma a diretora-geral da Saúde. No Instituto Ricardo Jorge, investigadores portugueses procuram conhecer melhor o SARS-COV2.

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“O Instituto Ricardo Jorge analisou, até à data, 436 sequências do genoma SARS-COV2, obtidas de amostras escolhidas em 44 laboratórios”, anunciou neste domingo o secretário de Estado da Saúde.

Na habitual conferência de imprensa diária para dar conta dos números da pandemia em Portugal, António Lacerda Sales sublinhou a importância deste novo caminho traçado pelo país, de procurar conhecer melhor o vírus.

“Já não nos limitamos a testar. Procuramos também respostas junto do vírus, para que o possamos combater de forma cada vez mais eficaz”, afirmou o governante.

Cofinanciada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, a investigação em curso “é muito importante para identificar cadeias de transmissão, avaliar eficiência de medidas de contenção, determinar perfis mutacionais da Covid-19 e aferir resistência de determinadas linhagens do vírus a certos fármacos”, explicou ainda.

“Este trabalho dos nossos investigadores”, acrescentou Lacerda Sales, “dá-nos também muita esperança”. Até porque, de acordo com a diretora-geral da Saúde, o vírus veio para ficar.

“Habitualmente, um novo vírus, quando entra em circulação, costumamos dizer que é como se inaugurasse uma nova dinastia e, portanto, entra para ficar; torna-se um vírus endémico, um vírus da natureza, como todas as centenas de vírus que circulam”, explicou aos jornalistas, em resposta a uma questão sobre a vacina.

Segundo Graça Freitas, “que se saiba, só tivemos uma vez o desaparecimento de um vírus de circulação do nosso planeta, que foi em 1980, porque se usou maciçamente, à escala planetária, a vacina contra a varíola”.

Feita esta exceção, o melhor é “estarmos preparados para que [o novo coronavírus] se venha a tornar um vírus habitual nas nossas vidas”, sendo que, “se não sofrer mutações importantes, o que vai acontecer é que, com o passar do tempo, quer exista vacina quer não, os seres humanos vão ganhando imunidade”.

“E, à medida que ganhamos imunidade, o vírus torna-se menos agressivo e capaz nos fazer mal e originar doença grave”, continua a responsável, concluindo que, “se tivermos vacina melhor, se não tivermos, vamos ter de conviver com o vírus até ter imunidade natural. Portanto, é melhor preparar-nos de facto para este cenário”.

Portugal conta neste domingo com um total de 29.036 pessoas infetadas desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao país e 1.218 mortos.

Face aos números de sábado, são mais 15 óbitos e mais 226 casos.

O total de recuperados está nos 4.636, mais 814 do que no sábado.

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