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Portugal já identificou 600 mutações do vírus da Covid-19

04 jun, 2020 - 13:36 • Redação

Mutações são associadas ao vírus considerado que está a circular mais na Europa, diz o presidente do Instituto Ricardo Jorge.

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O Instituto Ricardo Jorge identificou, até agora, 600 mutações do vírus da Covid-19 em relação ao coronavírus inicial de Wuhan, a cidade chinesa onde começou a pandemia.

O número foi avançado esta quinta-feira na conferência de imprensa de balanço da pandemia de Covid-19.

"Em média, cada novo vírus tem uma mutação uma ou duas, alguns até têm mais, por semana. É natural que este número, que não tem nada de significativo, em termos de investigação é que tem, permite-nos perceber até que ponto há alguma variabilidade", disse o presidente do conselho diretivo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida.

"Dentro deste estudo em que estamos a trabalhar há uma certeza que possível transmitir: a maioria destas mutações são iguais a maioria da Europa, pertencem ao mesmo grupo genético e pertencem ao mesmo grupo", adiantou o responsável.

Segundo Fernando Almeida, isto significa que estas mutações são associadas ao vírus considerado que está a circular mais na Europa.

"Há uma característica deste grupo genético e que partilha a mesma mutação específica de uma proteína, a que damos o nome de “Spike”. É a proteína que permite o contacto do vírus a ser integrado dentro do corpo humano, é aquilo que permite que o vírus infete a pessoa", sublinha o presidente do INSA.

Fernando Almeida adianta que a investigação, que utiliza 800 sequências do genoma do novo coronavírus, vai permitir fazer outros estudos.

"Ainda estamos na fase de responder ao covid, mas estamos a entrar numa outra fase diferente de o covid nos responder também, naquilo que é possível e que ainda se desconhece. É uma área fundamental para percebermos algumas cadeias de transmissão que até agora eram difíceis de associar", sustenta.

No âmbito daquilo que o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, descreveu como “um esforço de investigação e de procura de conhecimento para melhor adequar a capacidade de reposta em Portugal”, o INSA está também a conduzir o Inquérito Serológico Nacional covid-19, que está, atualmente, numa primeira fase de recolha de amostras.

Esta fase arrancou em 25 de maio e, segundo o presidente do instituto, estima-se que esteja concluída até ao final da próxima semana. Os primeiros resultados preliminares estarão disponíveis em julho.

De acordo com Fernando Almeida, este primeiro estudo será repetido cinco meses depois de concluído. “Depois, de três em três meses, vamos fazer o seguimento para determinar a prevalência de imunização”, esclareceu.

Portugal regista 1.455 mortes (mais oito que na quarta-feira, o menor número de óbitos em 24 horas desde 15 de maio) e 33.592 casos (mais 331, o que supõe um aumento de 1%) confirmados de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Dos 331 novos casos, 309 (93,35%) foram detetados na região de Lisboa e Vale do Tejo, que é, neste momento, o epicentro da pandemia em Portugal.

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