07 jun, 2020 - 14:56 • Filipe d'Avillez
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A ministra da Saúde foi questionada este sábado sobre as manifestações antirracistas que tiveram lugar em Lisboa e no Porto, juntando centenas de pessoas, apesar das recomendações do Governo para que não haja concentrações maiores do que 20 pessoas em todo o país, à exceção de Lisboa, onde o número é de apenas 10.
Marta Temido recordou que o direito à manifestação continua a existir, mas apelou à responsabilidade de quem organiza estes eventos.
“Gostava de deixar claro que não estamos em estado de emergência, o direito à manifestação existe e cabe aos organizadores dessas manifestações garantir que as regras da direção-geral de saúde são cumpridas.”
“Estamos numa fase em que a responsabilidade individual e a responsabilidade dos grupos é muito significativa e o grande garante da nossa ação”, disse.
Sem criticar diretamente os organizadores daquelas marchas em particular, Marta Temido avisou para o perigo de se pôr em causa o trabalho e o sacrifício de muitos portugueses.
“Como ministra da Saúde não posso deixar de apelar a que sempre que não temos em atenção a necessidade de proteção é como se estivéssemos a desvalorizar o intenso trabalho dos profissionais de saúde e dos serviços essenciais e a vida de tantos que hoje passam dificuldades pela alteração da nossa forma económica e social por causa da pandemia.”
“Quem organiza este tipo de iniciativas tenha atenção muito particular à forma como decorrem, independentemente dos motivos que as determinam e em que todos nos revemos – isso não está em causa – mas temos de ter atitudes de comportamento distintos”, alerta.
Portugal regista hoje 1.479 mortes relacionadas com a Covid-19, mais cinco do que no sábado, e 34.693 infetados, mais 342, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.