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José Carlos Santos - Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática

"É mais provável sair à rua e ser atropelado do que acertar no Totoloto"

11 mai, 2023 - 19:00 • Pedro Mesquita

A semana fica marcada por uma extraordinária chave de Totoloto que deu três milhões de euros a, apenas, quatro apostadores. Nem é preciso ter cábula para a dizer de cor: 1, 2, 3, 4, 6 e o 7 foi "o numero da sorte". Até parece fácil, mas não. A probabilidade é de 1 para 24.789.492.

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José Carlos Santos, matemático, sobre o número do Totobola
Ouça a conversa com José Carlos Santos

Na verdade é tão provável sair esta chave, como qualquer outra, como explica à Renascença, José Carlos Santos, o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática.

"É uma chave como qualquer outra. Se a chave tivesse sido 2, 15, 17, 22, 32 e o número extra o 44, era igualmente provável. Só que para nós é essa sequência quase perfeita: 1,2,3,4,6,7 e dá nas vistas por causa disso. Matematicamente é tão provável como qualquer outra. Há pouco tempo celebrou-se os 49 anos do 25 de Abril. Imagine que alguém fazia uma aposta baseada nisso...com os números 1,9,7,4,25 e 49. Claro que, para uma pessoa que liga este tipo de datas, isso dava logo nas vistas. Há sequências de números que, para nós, tem um significado mais especial. Este quase que é perfeito, como várias pessoas disseram...só faltou ali o 5", explica.

"É mais provável uma pessoa sair à rua e ser atropelada do que acertar no totoloto"

Há quem já tenha feito as contas para concluir que a probabilidade de ganhar o Totoloto é esta: Uma em cada 24 milhões, 789 mil, 492 tentativas: "É um número bastante elevado. Diria que é mais provável uma pessoa sair à rua e ser atropelada do que acertar, acertar no totoloto".

As contas já eram complicadas...e quem fez as regras decidiu complicar, ainda mais, a equação com o chamado "número da sorte", um numero extra que pode ser escolhido de 1 a 13, no caso do Totoloto.

Mais interessante, e surpreendente, para o matemático José Carlos Santos nem é, contudo, a chave vencedora desta semana. O mais curioso, diz, é que tenha havido tantas pessoas a acertar (quatro) porque "há aquela ideia de que, tendo a sequência um padrão muito claro, o mais provável é que não saia. E as pessoas tentam evitar isso".

Bom, e por falar de probabilidades, importa dizer que a Renascença não apostou na sorte para obter todas estas informações, não acertámos casualmente no número de telemóvel do presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. Como todos os outros contactos telefónicos, em Portugal, o número de telemóvel de José Carlos Santos é composto por nove dígitos, de zero a nove: "Bom, repare que esse é um cálculo diferente. Se quer acertar no meu número de telemóvel terá que saber que cada número é só formado por um algarismo. No Totoloto pode ir até 49, tem mais escolha. Ao mesmo tempo, para acertar no meu número de telemóvel, a ordem importa. Não basta acertar nos números, terá que os alinhar da forma correta".

Felizmente, o número já estava na nossa agenda. Digo apenas que começa por um 9.

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