29 jan, 2024 - 09:39 • Maria João Costa
Pedro Polónio é o representante da Antram – a Associação Nacional de Transportadores – mas é também responsável por uma das grandes empresas de camionagem, a Patinter. Diz que tem na sua empresa pessoas “a acompanhar constantemente a evolução dos protestos” dos agricultores em França.
“A violência por vezes escala, em França, e é preciso ter muito cuidado com a segurança” refere este responsável que diz que procuram “avisar sempre os motoristas e acompanhá-los” para evitar que cheguem às zonas de protesto
Encontrar alternativas tem sido a prática desde que o protesto começou em França. Pedro Polónio que esteve nos últimos dias no terreno, indica que o descontentamento dos agricultores está generalizado “por todo o país”, embora o foco seja agora para Paris.
Face ao anunciado bloqueio nos acessos à capital francesa agendado para o início da tarde desta segunda-feira, Pedro Polónio diz temer uma escalada de insegurança. O responsável da Antram diz que tem havido “muitos atrasos nas entregas”.
“Houve diversas cargas que foram atrasadas, quer cargas a saírem de Portugal com destino a França e outros países no Norte, quer também no sentido inverso”, explica acrescentando que “as autoridades francesas permitiram a circulação no domingo, quando normalmente a regra que não se pode circular nesse dia, em França. Isso foi permitido para tentar recuperar um pouco do tempo”.
Questionado sobre a forma como os protestos podem ter impacto em Portugal, Pedro Polónio explica o “mais impactante é a zona de Paris. Poderá afetar muito não só as empresas transportadoras, mas também os nossos clientes”, sublinha Polónio.
“As cadeias de fornecimento das nossas empresas produtoras, indústrias e também de distribuição serão severamente afetadas. Se estes estes protestos permanecerem no tempo e se aumentarem, como já não é anormal em França acontecer, aliás, é tradição que estes protestos muitas das vezes vão ganhando alguma escala com o passar de uma a duas semanas, nós podemos ser mesmo severamente afetados”, indica este representante dos transportadores.
Sobre as rotas mais complicadas para os profissionais portugueses, Pedro Polónio fala não só da zona de Paris, mas também “as entradas das principais fronteiras entre Espanha e França, como é o caso de Bayonne, que é um dos pontos mais afetados; e as principais linhas de atravessamento de França em pontos estratégicos, como a zona de Limoges, Poitiers e no norte de França em direção à Bélgica”.