02 abr, 2024 - 07:10 • André Rodrigues , João Malheiro
A Federação Portuguesa de Autismo alerta que a condição tem uma dimensão desconhecida em Portugal.
No Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, o presidente da Federação defende uma aposta na intervenção precoce e lamenta o escasso financiamento para dar resposta às necessidades.
Fernando Campilho diz mesmo que "é preciso fazer muito mais", especialmente no apoio a nível escolar às crianças no espectro do autismo, que tem tido cada vez menos apoios.
"Chega a haver situações em que há uma intervenção de 45 minutos por semana para uma criança. É insuficiente", conta.
O especialista pede, igualmente, um estudo epidemiológico, pois atualmente não se sabe o número de portadores de autismo, no país, desde 2005. À época, dizia que havia uma em cada mil crianças em idade escolar com autismo.
O presidente da Federação Portuguesa de Autismo indica que o trabalho no terreno faz crer que, hoje, "o número é muito maior". A estimativa da organização, sem dados concretos, é de 1% das crianças em idade escolar.
A pandemia trouxe mais desafios. Até à Covid-19, a Federação Portuguesa de Autismo recebia entre 30 e 50 pedidos de informação e encaminhamento.
Desde o fim da pandemia, os contactos aumentaram quase 10 vezes. Muito por causa do desconhecimento das famílias em relação aos seus direitos.
"Não sabem que têm direito à intervenção precoce e a apoios e subsídios para a educação especial. É necessário", realça, ainda.