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Saúde

Morreram 261 bebés com menos de um ano em 2024, o número mais alto desde 2019

03 jan, 2025 - 07:59 • Teresa Almeida , Jaime Dantas

A têndência está em contraciclo com a da mortalidade geral, que tem vindo a descer e já atingiu níveis pré-pandemia.

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O número absoluto de bebés mortos está a aumentar em Portugal, depois de vários anos em queda. Em 2024, morreram 261 bebés com menos de um ano de idade, o mais alto número registado desde 2019, de acordo com dados avançados esta sexta-feira pelo diário "Público".

Em 2022, morreram 233 bebés com menos de um ano e, em 2023, o número até baixou para 219. O aumento de 2024 surge em contraciclo com a mortalidade geral, que atingiu níveis pré-pandemia, algo que pode ser explicado pelo aumento da natalidade no país. Em 2023, foram submetidas ao "teste do pezinho" 85.764 recém-nascidos, mais 2.328 bebés do que em 2022 (83.436).

Os dados relativos a 2024 ainda não são conhecidos na sua totalidade - só vão até setembro - mas o último ano pode ter sido marcado por um recuo na natalidade já que, nos últimos três trimestres de 2024, foram testados 63.237 recém-nascidos, menos 430 bebés do que no mesmo período do ano anterior, segundo dados avançados em outubro pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

O vice-presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar, António Luz Pereira, diz à Renascença que estes dados são um "alerta para a necessidade de perceber as causas" do aumento da mortalidade infantil.

O clínico aponta como principal prioridade o "acompanhamento adequado das grávidas e das crianças", para o qual é "necessário haver mais médicos de família, obstetras " e serem realizados mais exames complementares de diagonóstico.

"Estamos em défice nesses recursos", diz o médico.

António Luz Pereira aponta também o aumento da imigração como uma das causas, uma vez que "muitas vezes, as mulheres chegam ao país num estado mais avançado da gravidez e não foram adequadamente vigiadas desde o início".

"Continuamos com vários profissionais a sair do Serviço Nacional de Saúde, continuamos a ter um acompanhamento que poderia ser mais adequado em termos da vigilância da saúde da grávida das crianças", termina.

[Notícia atualizada com o comentário do vice-presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar]

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