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Trabalhadores das Misericórdias em greve esta sexta-feira

03 jan, 2025 - 08:13 • Teresa Almeida , Olímpia Mairos

“Não é uma greve dos trabalhadores das Misericórdias, é uma greve promulgada por um sindicato”, diz o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.

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Os trabalhadores das Santas Casas de Misericórdia estão em greve esta sexta-feira, para exigir melhores condições de trabalho.

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e tem assegurados serviços mínimos em algumas das valências.

À Renascença, a sindicalista Catarina Fachadas diz que esta greve pode fechar serviços na área da educação e do apoio ao domicílio.

“Nas valências que podem fechar, como aquelas que são da educação, as creches, a infância, os centros que não estão abertos ao fim de semana, digamos assim, como os serviços de apoio ao domicílio, alguns também encerram ao fim de semana, mesmo o apoio à deficiência nesses, nós não temos serviços mínimos”, adianta.

Segundo Catarina Fachadas “há muitos os trabalhadores que estão com vontade e que estão com essa confiança de avançar para a greve”, indicando que “alguns até já se queixaram, porque sabendo que têm que assegurar serviços mínimos, não poderão estar na greve em termos físicos”.

Os trabalhadores reivindicam um contrato coletivo de trabalho que valorize o trabalho, as carreiras profissionais e a antiguidade.

Em 2022, foi publicada uma portaria de extensão que alarga aos trabalhadores das Santas Casas o contrato coletivo de trabalho para os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), mas o CESP diz que a maioria das Misericórdias não cumpriu a portaria de extensão e quer impor a todos os trabalhadores um contrato coletivo de trabalho que não valoriza as carreiras.

“Os trabalhadores que o CESP representa não aceitaram o contrato que está publicado, porque esse contrato retirou direitos que os trabalhadores já tinham conquistado”, diz Catarina Fachadas.

A sindicalista lembra que existe “uma lei que saiu em novembro de 2022, que conferiu aos trabalhadores de todas as Santas Casas a nível nacional, o direito, por exemplo, ao pagamento das diuturnidades pela contagem integral do tempo de serviço, o trabalho em dia feriado passou a ser reconhecido como um dia de trabalho também extraordinário”, assinalando que “este novo contrato não contempla nada disto” e “tem muitas outras coisas que nós consideramos uma perda, tanto de salário como da própria categoria”.

“Deixou de haver valorização nas categorias”, sintetiza.

“Não podemos andar sempre a reboque de um sindicato"

Para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, esta é uma greve que não deverá produzir grandes efeitos.

“Não é uma greve dos trabalhadores das Misericórdias, é uma greve promulgada por um sindicato”, argumenta.

De acordo com Manuel Lemos, a UMP “celebrou e está em vigor um contrato coletivo de trabalho com os sindicatos que integram a UGT, com os sindicatos que integram a plataforma da CGTP, isto é, 99,9% dos trabalhadores não estão em greve, porque eles estão satisfeitos”.

“Não podemos andar sempre a reboque de um sindicato que acha que consegue mais qualquer coisinha, temos que ser razoáveis, temos que ser equilibrados”, defende.

O presidente da União das Misericórdias garante ainda que “os negociadores da União foram com as plataformas - as grandes - até onde podiam ir”, assegurando que continuam “sentados à mesa das negociações” a aguardar pela reunião com o Estado, que deverá acontecer depois do dia 6 de janeiro.

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