06 jan, 2025 - 09:00 • Jaime Dantas
Cerca de 60% das escolas nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa são privadas. Segundo o Jornal de Notícias desta segunda-feira, em Lisboa há 672 escolas particulares, mais 18 do que o número de establecimentos públicos.
No Porto, a diferença é ainda maior. Há 117 escolas particulares, mais 42 do que a oferta pública.
Esta realidade ainda não se verifica a nível nacional, com as escolas privadas a representarem 32% do total.
Segundo a Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), no último ano letivo foi batido o recorde de alunos tanto no ensino público como no privado, mas perderam-se 245 escolas públicas.
À Renascença, a presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), Mariana Carvalho, diz que é a maior comodidade na "logística familiar" que justifica o alargamento do ensino privado nas grandes cidades.
"A vantagem do privado é o serviço em si. Muitas pais não conseguem conciliar a vida profissional com os horários da escola pública e isso leva-os a recorrer a essa solução", diz.
Mariana Carvalho admite que as greves nas escolas públicas têm importância, mas não são o principal motivo para a escolha.
"A escola pública é de excelente qualidade. A instabilidade levou algumas famílias a tomarem a opção de colocar os filhos no privado, mas tenho a perceção que esse não é o motivo de maior peso", conclui.