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Lisboa

Operação Martim Moniz. Queixa diz que “dignidade e direitos humanos foram violados”

06 jan, 2025 - 12:21 • Liliana Monteiro

Um grupo de 600 pessoas apresentou queixa à Provedoria de Justiça contra aquilo que considera ter sido um atropelo à dignidade dos imigrantes, pendido uma mudança de mentalidade das instituições públicas.

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Na esperança de uma recomendação da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, que possa mudar comportamentos, um grupo de pessoas da área civil e política entregaram esta segunda-feira uma queixa subscrita por 600 pessoas contra a atuação das autoridades na mediática operação da PSP, a 19 de dezembro, no Martim Moniz.

Filipa Bolotinha, da Associação 'Renovar a Mouraria', sublinhou à entrada da Provedoria que é preciso mudança.

“Quando se lida com imigração é preciso ser responsável no pensamento e decisões das polícias e no discurso político. Não podemos num dia ter telejornais a dizer que Portugal precisa de 130 mil imigrantes e no dia a seguir ações que associam a imigração à insegurança”, afirma. E acrescenta: “Acho que aquela ação tem o efeito de fazer essa associação e isso é irresponsável e grave".

Filipa Bolotinha, que vive na zona do Benformoso, onde aconteceu a operação policial, relata que houve discriminação na operação. "A imagem (dos imigrantes perfilados junto à parede) fala por si só. Vi e conheço portugueses que passaram na rua e não foram encostados, foram convidados a seguir. Ainda perguntaram se queriam revistá-los e disseram: "siga, siga, siga"...".

Também a Casa da Índia juntou-se a esta queixa. O representante, Shiv Kumar Singh, considera que houve violações graves.

"Para qualquer democracia duas coisas são importantes: a dignidade humana e o respeito dos direitos humanos e as duas coisas foram violadas. Pedimos às autoridades para averiguarem o que falhou aqui. Vão ficar com esta imagem e este trauma de terem sido encostados à parede, vai ficar para a vida toda!", alerta.

Este responsável sublinha que ninguém mais que os imigrantes quer viver em segurança.

"Todos nós estamos a favor de um país seguro e esta segurança também vale muito, e até mais, aos imigrantes que não se sabem defender, não conhecem a língua em que a lei funciona e isto (a segurança) até é mais a favor dos imigrantes”, conclui.

A queixa foi recebida pela Provedoria de Justiça que prometeu dar notícias em breve sobre o assunto.

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  • Indiferença
    06 jan, 2025 Lisboa 15:13
    Basta olhar para alguns nomes dos peticionários e vê-se logo o que isto realmente é: Esquerdalha a tentar em desespero, manter este assunto nos tabloides, perante a indiferença generalizada da população portuguesa que não vive na bolha, e tem problemas reais com que se confrontar.

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