07 jan, 2025 - 15:05 • Sandra Afonso , Marta Pedreira Mixão
Os agentes e corretores de seguros aplaudem a iniciativa do supervisor, que acaba de lançar uma consulta pública para esclarecer a diferença entre "Seguros" e "Planos de Saúde", como já tinha avançado à Renascença pela presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, em entrevista ao programa Dúvidas Públicas.
Os mediadores criticam a publicidade enganosa sobre os planos que, ao contrário dos seguros, não incluem risco, garantem apenas descontos.
"A diferença é abismal", garante o presidente da Associação de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), David Pereira, em declarações à Renascença.
"Um seguro de saúde é composto por várias coberturas que garantem determinados riscos de saúde, sejam hospitalização, operações, consultas, é a seguradora que vai pagar pelo cliente, a companhia é obrigada a pagar o dano". Além disso, acrescenta, "os seguros de saúde são vendidos por profissionais, pessoas que sabem informar, os mediadores".
Já os planos "são vendidos através da publicidade, programas televisivos, rádio, redes sociais. São descontos", diz.
No entanto, apesar das críticas, o presidente da Aprose admite que há seguradoras que também vendem Planos de Saúde. "Infelizmente, nem tudo é perfeito", afirma, defendendo que "as seguradoras deveriam acautelar os interesses da saúde dos seus clientes, mas que, "infelizmente, algumas entenderam entrar nesse universo”.
Tal como o supervisor, também os mediadores são confrontados com as queixas dos consumidores sobre os Planos de saúde.
"Num caso [nos planos de saúde], quem paga é o consumidor. No caso dos seguros de saúde, quem paga é a seguradora. Esta é a grande diferença".
Para proteger o mercado e os consumidores, os mediadores defendem que os planos deixem de ser vendidos por seguradoras e passem a ser supervisionados.
"Enquanto os seguros são absolutamente escrutinados pela autoridade de supervisão, os planos de saúde não tê m qualquer tipo de supervisão. Nenhum, Nenhum. Fazem o que querem. Não há ninguém que os controle. A minha sugestão era que eles, os vendedores dos planos de saúde, fossem também controlados pela Autoridade de Supervisão de Seguros", defende.