09 jan, 2025 - 22:50 • Lusa
O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) saiu esta quinta-feira das negociações com o Governo sem data para a próxima reunião, e criticou as estruturas sindicais que estiveram antes no edifício sede do Governo, em Lisboa.
"Os sindicatos que reuniram anteriormente solicitaram que as reuniões, a partir de agora, sejam separadas", adiantou o representante do SNBS Ricardo Cunha, à saída do encontro, acrescentando que os restantes sindicatos dos bombeiros sapadores "já traíram" estes profissionais no passado.
As estruturas sindicais que reuniram inicialmente com o Governo saíram já com uma data para o próximo encontro, que será no dia 16 de janeiro.
Em relação ao encontro desta quinta-feira, que foi antecipado, Ricardo Cunha admitiu, tal como os restantes sindicatos que representam os bombeiros sapadores, que a proposta apresentada pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, se aproxima mais daquilo que os trabalhadores querem, mas ainda não é suficiente.
Na proposta a que a agência Lusa teve acesso, o Governo avançou com a criação de um suplemento único, ao contrário daquilo que tinha proposto na última reunião de 3 de dezembro de 2024. Este suplemento será de 20% da remuneração base de cada trabalhador e terá um aumento faseado - 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.
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O SNBS quer mais do que os valores apresentados e quer que o suplemento dos bombeiros se aproxime daquele que foi dado às forças de segurança no ano passado. "Ninguém nos consegue explicar porque é que o Governo não quer dar um suplemento idêntico ao das forças de segurança. Não digam que a polícia tem mais risco do que os bombeiros", acrescentou Ricardo Cunha.
Em relação aos valores das tabelas remuneratórios, sindicatos e Governo estão mais próximos, mas ainda não estão de acordo, uma vez que os valores apresentados são, segundo as estruturas sindicais, ainda muito baixos e são também faseados até 2027.
Por exemplo, o Governo propõe que um bombeiro, depois do primeiro ano em período experimental, receba 1.222 euros este ano, 1.175 euros em 2026 e 1.228 euros em 2027.
O Governo aceitou manter as atuais sete categorias na carreira especial - ao contrário das cinco categorias da anterior proposta - e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho - ao contrário das 40 horas propostas na última reunião.
O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), que tinha sido convocado para o próximo dia 16 de janeiro, acabou por ser recebido hoje pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, depois de esta estrutura sindical ter cancelado a greve e manifestação que tinha agendadas para dia 15 de janeiro.
No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumos junto à sede do Governo.
Os bombeiros sapadores já realizaram três manifestações desde outubro com rebentamento de petardos e lançamento de tochas, além de uma ocupação da escadaria da Assembleia da República.