12 jan, 2025 - 17:02 • João Mira Godinho
Duas faixas de rodagem. Esta é a principal novidade da nova ponte para a praia de Faro, inaugurada este domingo. Ao contrário da anterior, que tinha apenas uma faixa, a nova permite a circulação simultânea nos dois sentidos. O que se espera que coloque um ponto final nas longas filas que se formavam no local.
Mas os semáforos que, até agora, controlavam o sentido do trânsito vão continuar nos extremos da ponte. Para limitar a quantidade de veículos que acedem à praia, especialmente no verão. Recorde-se que a praia de Faro está situada na Ria Formosa. Uma área protegida.
A cerimónia de inauguração, presidida pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, culmina um longo processo, iniciado em 2008. Entre contestações ao concurso público e outros atrasos, a obra foi-se arrastando, até finalmente terminar este domingo.
O que importa é que está feita. Uma ponte muito bonita. - Maria da Graça Carvalho
"Foi uma ponte que demorou bastante tempo, muito desejada pela população. Foi um investimento de 8 milhões de euros e o que importa é que está feita. Uma ponte muito bonita", afirmou a ministra.
Maria da Graça Carvalho aproveitou a ocasião para garantir que a construção da dessalinizadora, no Algarve, vai mesmo avançar, apesar dos vários processos que já deram entrada em tribunal contra a infraestrutura - em particular de ambientalistas que consideram que esta é uma solução pouco amiga do ambiente e também contestam a localização, junto à praia dos Olhos de Água, em Albufeira.
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"A dessalinizadora é uma obra PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e, nessas obras, as ações em tribunal não têm efeito suspensivo", explicou a governante.
À semelhança da dessalinizadora, também a criação de um ponto de tomada de água no rio Guadiana, na zona do Pomarão, e a construção de uma nova ponte entre Portugal e Espanha, sobre o Guadiana, em Alcoutim, são empreitadas inseridas no PRR que vão arrancar.
Nessas obras [PRR], as ações em tribunal não têm efeito suspensivo. - Maria da Graça Carvalho
O programa obriga a que as obras estejam concluídas em 2026. Neste momento, a mais atrasada é a travessia sobre o rio que, depois do acordo com Espanha, foi aprovada apenas no último Conselho de Ministros. "Vamos fazer os possíveis para que maior parte dos procedimentos e da construção estejam prontos", referiu a ministra do Ambiente, destacando a importância da travessia para o Algarve.
Ainda na cerimónia, em Faro, Maria da Graça Carvalho reafirmou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai responder, dentro do prazo de 30 dias, ao Supremo Tribunal Administrativo, depois do Ministério Público ter pedido a impugnação das obras em curso no Aeroporto de Lisboa, por falta de Estudo de Impacte Ambiental (EIA).
"A obra divide-se em duas fase e nesta primeira, a decorrer desde novembro, não implica o aumento da capacidade, pelo que a APA considerou que não era necessário EIA", explicou a governante. "Para a segunda fase da obra, que já aumenta a capacidade, vai ser feito um EIA", garantiu.