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Solidariedade

CNIS pede ao Governo que reforce o financiamento para melhorar salários no setor social

15 jan, 2025 - 18:06 • Jaime Dantas

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade admite que os valores praticados "são baixos", mas salienta que não há capacidade para pagar mais.

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A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) pede ao Governo que ajude as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) a pagar melhores salários aos seus trabalhadores.

À margem da sessão comemorativa do 44.º aniversário da CNIS, esta quarta-feira na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, o presidente da instituição revela à Renascença que os salários constituem 70% da despesa das IPSS. Admite ainda que as "instituições neste momento pagam pouco", mas não há margem para subir as remunerações.

"Mesmo assim 50% das instituições estão com resultados negativos sistematicamente", alerta.

Um cenário que se mantém apesar dos esforços dos dirigentes, que "levam dinheiro e património das suas famílias para as instituições", acrescenta o pároco.

"O Estado tem que ter de facto um papel importante no apoio às instituições, pagando o aumento do salário mínimo mas também dos outros salários", apela.

Para que se mantenha a "proteção social" que estas organizações prestam junto dos mais vulneráveis, o responsável da CNIS desde 2006 reivindica ainda que seja cumprida a "participação equitativa" de 50% pelo estado nas contas, um valor que está longe da média atual de 38%.

Neste momento decorrem negociações com o Governo, estando a Confederação com "esperança que tal seja alcançado nos próximos dois anos".

"Isso está inscrito em termos teóricos no Pacto de Cooperação", lembra.

Sobre a crescente cooperação do Estado com o setor privado, que "começou com as creches gratuitas", Lino Maia deixa um alerta: " mais pessoas vão ficar para trás".

O presidente rejeita estar "contra o setor privado", mas sublinha que, apesar deste "poder ter respostas sociais", será sempre um setor lucrativo, ao contrário do social.

"Se o Estado se virar para o setor privado haverá de certeza mais gente a ficar para trás e isso não nos interessa de modo nenhum", aponta.

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  • Anastácio Lopes
    16 jan, 2025 Lisboa 09:10
    Quero dizer a este sujeito que é falso que não se possa pagar mais, basta uma melhor, mais justo e moral distribuição da riqueza, para que se possa pagar mais do que o que se vem pagando há anos. Bastará começar-se a pagar mais a quem menos ganha e menos a quem mais ganha, o que nunca foi feito neste país, nem sequer proposto como a minha pessoa o está a fazer, sendo esta a única forma de evitar mais e maiores aumentos da pobreza, e a médio prazo, a diminuição dessa mesma pobreza, se existir a vontade política que nunca houve, a arte, o engenho e a sabedoria que nunca existiu, para se implementar esta nova distribuição da riqueza gerada pelo país. Já é altura, para que os políticos, PM e PR incluídos, respeitarem o dever de cidadania que tanto proclamam mas que não respeitam, abdicando de uma percentagem das suas remunerações para que se possa dar maiores aumentos aos que menos ganham e assim contribuírem diretamente para uma mais rápida redução das pobreza e miséria, pois não basta ao povo, boas intenções, pois destas está o Inferno cheio, mas continua a ter espaço suficiente para todos estes políticos um dia lá irem parar, passem das palavras aos atos e assumam algo até hoje nunca assumido e parem de vez com as boas intenções que nunca mataram a fome a quem a tem.

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