16 jan, 2025 - 21:11 • Pedro Mesquita
Caiu muito mal ao presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) o aviso do primeiro-ministro. Luís Montenegro garante que o Governo atingiu o seu limite negocial e que haverá uma decisão unilateral se não existir luz verde dos sindicatos.
O presidente do SNBS, Ricardo Cunha, reage em declarações à Renascença: o primeiro-ministro, com essas palavras, e pela forma como as pronunciou "ofendeu todos os bombeiros sapadores".
"Olho [para essas palavras] com estupefação, com indignação. Ainda por cima o senhor primeiro-ministro tem a lata de fazer essa declaração e a rir-se. Ou seja, está a desvalorizar os bombeiros, ofendeu todos os bombeiros sapadores, a nível nacional, o que lamentamos. Parece-me uma postura muito pouco democrática", lamenta o sindicalista.
Nesta declaração à Renascença, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores desmente, depois, os argumentos apresentados por Montenegro a propósito das negociações e das propostas que terão sido colocadas em cima da mesa.
"Aquilo que o primeiro-ministro disse, nos desconhecemos. Se houve nove reuniões, não foram com SNBS, de certeza absoluta, que é o maior sindicato do setor. A proposta de que o senhor primeiro-ministro fala, nós desconhecemos por completo. Nunca nenhuma proposta do Governo apresenta valores que sejam próximos daquilo que o senhor primeiro-ministro diz. Aumento de quatro salários, completamente falta de verdade. Pelo menos nós desconhecemos."
Ricardo Cunha acrescenta: "Não compreendemos o que se passa com o Governo. Ainda na segunda-feira estivemos reunidos com a secretária de Estado, e ficou compromisso de, tanto o Governo como nós, irmos ponderar sobre aquilo que apresentámos na reunião, que era o índice 14 em 2026, e um suplemento de risco que nos desse o valor que foi dado às forças de segurança".
Questionado pela Renascença sobre a posição que o SNBS vai assumir, neste quadro, Ricardo Cunha adianta que o Governo agendou, para esta sexta-feira (a partir das 15h00) uma ronda negocial com os sindicatos que representam os Sapadores.
"Fomos chamados (pelos secretários de Estado) para irmos à sede do Governo, na Avenida João XXI, em Lisboa, para nos ser apresentada uma proposta final, que desconhecemos. Logo se verá", refere o sindicalista.