17 jan, 2025 - 10:23 • Teresa Almeida , Olímpia Mairos
O pico de gripe sazonal já terá sido ultrapassado, apesar da lenta descida do número de diagnósticos, mas a mortalidade por todas causas permanece acima do esperado nos idosos com mais de 85 anos e nas mulheres. É o que indica o boletim semanal do Instituto Ricardo Jorge citado pelo jornal Público desta sexta-feira.
À Renascença, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Bernardo Gomes, diz que a descida do número de casos de gripe será lenta - com os constrangimentos a manterem-se nas urgências.
“É provável que efetivamente o pico de procura e o pico da atividade gripal esteja passado. O que acontece é que nós podemos ter uma descida mais lenta por uma afirmação da estirpe A que está a circular nesta época, ou seja, já terá passado o pior, mas a descida de pressão poderá também ser lenta”, explica.
Segundo Bernardo Gomes, não há para já qualquer explicação para que a mortalidade acima dos 85 anos tenha sido superior ao esperado, mas admite que há indicações de vários internamentos de pessoas não vacinadas.
“Não consigo avançar uma explicação a priori”, diz o especialista, sublinhando que podem existir muitas explicações para este número, para além da gripe.
Nestas declarações à Renascença, Bernardo Gomes nota que houve “uma boa cobertura vacinal nesse segmento”, dando conta de “pessoas que realmente tiveram complicações em cuidados intensivos não vacinados”.
“Atribuir causalidade a esse excesso não é assim tão fácil”, sublinha, assinalando que existem “outros fatores que se possam estar a jogar”.
“Temos que ver qual a sua distribuição geográfica, temos que ver também se houve algumas diferenças relativamente, por exemplo, ao aspeto das temperaturas, só depois com dados mais finos é que podemos estar também a atribuir potenciais causalidades”, conclui.