17 jan, 2025 - 17:38 • Anabela Góis
O Infarmed iniciou um processo alargado de auditorias e inspeções para avaliar o consumo de medicamentos para a diabetes que se tornaram famosos pelo seu efeito de emagrecimento, tendo em conta a sua escassez no mercado.
Em comunicado, o regulador justifica as auditorias a todo o circuito do medicamento, desde o fabricante e titular de autorização de introdução no mercado, aos distribuidores, farmácias e sistema de saúde, com a análise dos dados de utilização disponíveis no final de 2024.
Em causa está a falta de agonistas dos recetores GLP-1 (semaglutido, dulaglutido, liraglutido e exenatido), onde se inclui o injetável Ozempic, desenvolvido para tratar a diabetes tipo 2, mas que está também a ser usado para combater a obesidade e para estimular a perda de peso, mesmo em pessoas que não são obesas.
De acordo com o jornal Expresso, só no ano passado, foram vendidas, em média, nas farmácia portuguesas mais de 33 mil embalagens por mês de semaglutido, a substância ativa do Ozempic.
O Infarmed alerta, de resto, para a escassez no mercado deste e de outros fármacos do mesmo grupo, e lembra que a sua utilização para indicações que não se encontram aprovadas, nomeadamente a perda de peso, contribui para o agravamento da situação.