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​Governo descarta deportações em massa de portugueses nos EUA mas reforça apoio consular

18 jan, 2025 - 10:30

Secretário de Estado das Comunidades admiote que poderá haver um "ligeiro crescimento" nos casos de deportações, mas rejeita alarmismos.

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O Governo não prevê, para já, deportações em massa de portugueses indocumentados nos Estados Unidos, mas garante que a situação está a ser monitorizada com "muita atenção e cautela", disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

José Cesário, que falou à agência Lusa, em London, Ontário, na sexta-feira à noite, no decorrer de uma visita ao Canadá que termina no domingo, assegurou que existem planos para apoiar os cidadãos portugueses que possam vir a ser afetados.

"Esta é uma questão que vai ser avaliada de acordo com a evolução dos acontecimentos. Nós temos sempre planos para atender, para acompanhar os portugueses que estão em situações mais débeis, mais frágeis e, portanto, se for caso disso, utilizaremos naturalmente esses mecanismos, utilizaremos esses meios", afirmou.

Apesar de reconhecer que poderá haver um "ligeiro crescimento" nos casos de deportações, José Cesário rejeitou alarmismos: "Evidentemente, nós não estamos à espera, neste momento, que haja qualquer tipo de processo de deportações maciças. Poderá haver casos pontuais, como já acontece atualmente, mas com muita tranquilidade e calma, vamos fazer uma avaliação dessa situação à medida que as coisas forem acontecendo."

O secretário de Estado sublinhou que Portugal recebe anualmente cerca de 300 cidadãos deportados, que são integrados no continente, na Madeira ou nos Açores "com naturalidade".

De acordo com o governante, as autoridades consulares portuguesas mantêm planos permanentes para prestar apoio em situações de emergência.

"Há planos permanentes para apoiar os portugueses que estão no estrangeiro, no caso de haver um problema grave. Agora, não estamos, neste momento, à espera que haja qualquer situação extrema de deportações em massa", salientou.

Cesário frisou ainda que o acompanhamento da situação está a ser liderado pela embaixada de Portugal em Washington, que recebeu instruções para monitorizar eventuais alterações nas políticas migratórias da nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump.

"A nossa embaixada em Washington está no terreno, com muita atenção à evolução dessa situação. Em breve, receberemos as informações que nos permitirão, eventualmente, adotar medidas específicas, no sentido de apoiar quem necessite de ajuda especial", disse.

Relativamente ao número de indocumentados, o governante afirmou que não existem dados concretos: "Não, não há números. Ninguém tem esses números. É um processo que avaliamos há muitos anos e que continuamos a avaliar hoje. Ninguém sabe exatamente porque não há números exatos relativamente a esses casos."

José Cesário apelou aos portugueses que se encontrem em situação irregular para que se registem junto das autoridades consulares, sublinhando que este passo é essencial para assegurar o apoio necessário: "Os portugueses que possam estar nessa situação devem sinalizar-se perante as nossas autoridades consulares. O mínimo é isso."

Apesar das preocupações levantadas, o secretário de Estado destacou a facilidade de integração dos portugueses nas comunidades onde residem e mostrou-se confiante de que a situação será gerida sem grandes problemas: "Sabemos que os portugueses não são problemáticos, integram-se facilmente nas sociedades ou nos países onde estão a trabalhar e, portanto, estamos firmemente convencidos de que as coisas decorrerão com muita tranquilidade e com muita calma."

O secretário de Estado das Comunidades encontrou-se na sexta-feira com três dezenas de líderes comunitários e comunidade portuguesa de London, participando este sábado no jantar do 25.º aniversário da Casa das Beiras em Toronto.

Comentários
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  • Onde estão?
    19 jan, 2025 Porque aqui não estão 12:21
    2 milhões de açoreanos e sabe-se lá quantos outros da Madeira e do Continente, nos EUA, 3,5 milhões de portugueses na Europa, ou seja, 5,5 milhões de Portugueses que estão fora do País... Depois admiram-se de "não encontrar ninguém para trabalhar" e pedirem "importações de escravos". É que os portugas fartaram-se de ser explorados e serem pagos com bolotas e partiram à procura de futuro melhor. Agora por cá temos indianos, chinas, nepaleses bangladesh, brasis, e quanto a tugas, ou velhos ou meia-dúzia de acomodados.

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