18 jan, 2025 - 17:24 • Lusa
Milhares de pessoas concentraram-se este sábado no Cais do Sodré e no Largo do Rossio, em Lisboa, para pedir o fim de todos os conflitos no mundo e uma política de paz.
"Queremos paz e cooperação, não queremos ser carne para canhão" é o refrão da canção que marca o arranque da manifestação que irá desfilar até ao Largo do Rossio.
Na frente, a segurar uma faixa onde pode ler-se "É urgente por fim à guerra. Todos juntos pela paz", seguem alguns dos representantes dos movimentos que organizam esta iniciativa.
Em declarações aos jornalistas, a representante do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), Ilda Figueiredo, explicou que esta é uma manifestação que junta centenas de organizações, todas em defesa do fim de todos os conflitos no mundo, a promoção da paz e o direito à autodeterminação do povo palestiniano.
O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, defendeu a participação da intersindical com o facto de o povo e os trabalhadores serem sempre os principais afetados nos conflitos e criticou o discurso do secretário-geral da Nato que pediu maior investimento em armamento, mesmo que isso seja feito em detrimento de direitos sociais.
Os vários manifestantes que se concentraram na baixa de Lisboa pediram o fim da guerra na Palestina e do genocídio do povo palestiniano.
Tiago Marques, 39 anos, veio "porque é urgente mostrar solidariedade para com a Palestina, que está neste momento a sofrer um autêntico genocídio".
"Não sou eu que o digo, são as Nações Unidas, a Amnistia Internacional, os Médicos Sem Fronteiras, e é vergonhosa a posição que o Estado português tem tido com esta situação, e é fundamental que a população manifeste o seu desagrado", defendeu.
Lurdes Aguiar contou que esta será provavelmente a quarta manifestação a que vem em prol da Palestina e questiona o que mais há a dizer depois de mais de 50 mil mortos na Faixa de Gaza.
Entende que o futuro cessar-fogo "está condicionado por muitos interesses e com muita gente ansiosa para que dure pouco", mas, enquanto cidadã, e apesar de admitir que se sente totalmente impotente, é a única forma de mostrar que tem voz.
"Se só pudermos fazer isto, pelo menos que o façamos. Alguma coisa temos de fazer", defendeu.
Já Sérgio Pereira, 62 anos, por seu lado, contou que veio igualmente em solidariedade com o povo ucraniano, defendendo que "é urgente acabar com todas as guerras".
A manifestação, que chegou ao Largo do Rossio por volta das 16h30, fez caminho a partir do Cais do Sodré, e é "das maiores" que a representante do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), Ilda Figueiredo, afirma ter vivido, garantindo que juntou "milhares e milhares de pessoas".
"Cortem nas armas, subam nos salários", "Paz no Médio Oriente, Palestina Independente" ou "Israel é culpado por um povo massacrado" foram algumas das palavras de ordem ouvidas, enquanto os manifestantes caminhavam pelas ruas de Lisboa.
Quase no final do percurso, na Rua do Ouro, o secretário-geral do Partido Comunista, Paulo Raimundo, saudou os manifestantes e falou aos jornalistas para defender que é preciso o fim da guerra de Israel contra a Palestina, uma política de paz e que Portugal reconheça o Estado palestiniano.
No fim da tarde, os manifestantes permanecem no Largo do Rossio para ouvir as intervenções de alguns dos representantes dos movimentos que organizaram a iniciativa.
[notícia atualizada às 18h29]