22 jan, 2025 - 17:43 • João Pedro Quesado , Vasco Bertrand Franco
Seis sindicatos de bombeiros sapadores assinaram um acordo com o Governo esta quarta-feira, conseguindo aumentos salariais faseados até 2026 e a criação de um novo suplemento. Para o ministro da Coesão Territorial, "a grande vantagem para os bombeiros sapadores está à vista", e o Governo "não pode obrigar a negociar" os sindicatos que ficaram de fora do acordo.
Segundo o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), o acordo permite "uma significativa valorização das condições remuneratórias" e mantém as sete categorias da carreira de bombeiro sapador e as 35 horas semanais, afastando as potenciais 31,5 horas de trabalho suplementar por mês.
O acordo prevê ainda a criação de um suplemento de bombeiro sapador, pagando-se uma percentagem do salário base que vai aumentar progressivamente até 2027. Em 2025, praças e chefias recebem 10% do vencimento base; em 2026, praças recebem 15% e chefias recebem 12,5%; e, em 2027, os bombeiros na categoria de praça recebem 20%, enquanto os bombeiros em categorias de chefia recebem 15%.
Foi ainda acordada a progressão salarial automática "a partir de 2027 ou 2028" para todos os bombeiros com 10 anos de serviço. A progressão automática é de um escalão remuneratório, que o SNBP diz traduzir-se num "aumento salarial de 105€".
Além do SNBP, o acordo foi assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), e pelo Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC).
De fora ficou o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), a maior estrutura do sector, e o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil.
"O Governo está disponível para negociar com quem quer negociar, estes sindicatos mostraram querer negociar como o Governo quis negociar, os resultados estão à vista, a grande vantagem para os bombeiros sapadores está à vista", assegurou Manuel Castro Almeida, ministro da Coesão Territorial, que afirmou que "o Governo não pode obrigar a negociar" e que "quem quiser negociar, tem um bom interlocutor do lado do Governo".
Portugal tem cerca de 3 mil bombeiros sapadores em 25 municípios.