22 jan, 2025 - 19:28 • Ana Fernandes Silva
"Não sou uma enfermeira de segunda. As IPSS precisam ser valorizadas", reivindica Ana, enfermeira num lar em Leiria.
Em dia de greve, os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) juntaram-se e encheram esta quarta-feira a rua da Reboleira, na Ribeira do Porto, numa manifestação por melhores salários e pela valorização das carreiras.
É de lágrimas nos olhos que Ana - enfermeira há mais de 10 anos, em contexto de lar - garante que se não fosse o amor à profissão, "já tinha abandonado o barco".
"A Segurança Social tem de valorizar este setor. Os enfermeiros aqui são esquecidos", diz, emocionada.
Nem a chuva intensa foi impeditiva para os mais de 100 trabalhadores que se concentraram em frente ao edifício da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
As queixas repetem-se mesmo quando muda o protagonista. É o caso de Vânia, que relata "uma realidade dura, principalmente na parte dos idosos, porque falta pessoal para apoiar".
"Não dá mais, nós precisamos de mais pessoal, precisamos de mais investimento, precisamos de apostar mais na qualidade, não chega só gostar daquilo que fazemos", alerta a trabalhadora.
Depois de mais de uma hora de cânticos de protesto e assobios, que se fizeram ouvir apesar do barulho da chuva, o presidente da CNIS recebeu uma delegação sindical.
O padre Lino Maia reitera que é "uma das pessoas que mais insistem que os trabalhadores das IPSS são mal pagos", no entanto, explica que "não tem havido uma resposta dos responsáveis políticos" para este problema.
O presidente da CNIS insiste num aumento da comparticipação pública de 35% para 50% e define o mês de fevereiro como prazo limite para uma resposta do Governo.
"Vejo boa vontade, mas não tem havido resposta definitiva, mas espero que na primeira quinzena de fevereiro cheguemos a uma conclusão", adverte o padre Lino Maia.