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Inclusão

Educação especial. Movimento ameaça avançar com queixa contra o Governo

28 jan, 2025 - 18:34 • Lusa

Um relatório recente revelou dados que demonstram a "negligência generalizada na implementação da educação inclusiva" em Portugal.

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O Movimento Cidadão Diferente (MCD) ameaçou queixar-se ao Provedor de Justiça e ao Comité dos Direitos da Criança da ONU caso o Governo não resolva o direito à educação inclusiva aos alunos com necessidades educativas específicas.

Em comunicado, o movimento cívico, que se assume de "defesa dos cidadãos com deficiência intelectual/cognitiva que não se conseguem representar e suas famílias", cita um relatório da federação Nacional dos Professores (Fenprof) para avisar que a "inércia do Governo terá consequências na credibilidade do sistema educativo e será denunciada a nível nacional e internacional".

"O recente relatório da Fenprof revelou dados que demonstram a negligência generalizada na implementação da educação inclusiva em Portugal (em que) 23% das turmas violam a lei, ultrapassando o número máximo de alunos ou incluindo mais alunos com necessidades especiais do que o permitido sem os apoios necessários", começou por assinalar o movimento sobre o relatório divulgado há uma semana.

Assinalando ainda que "80% das escolas relatam uma carência gritante de recursos humanos e materiais, nomeadamente professores de educação especial, técnicos especializados e assistentes operacionais formados" o MCD alerta, contudo, que "os números apenas contam parte da história".

"O caso recente de violência escolar (noticiado na segunda-feira por vários órgãos de comunicação social na Escola Secundária da Moita), amplamente divulgado nas redes sociais, em que um aluno com necessidades educativas específicas foi vítima de agressões dentro de uma escola, é um exemplo claro de como a falta de recursos e estratégias de prevenção coloca estes alunos em situações de enorme vulnerabilidade", lê-se no comunicado onde também se pergunta "como é que o Governo pode continuar a fechar os olhos a este fracasso?".

Neste contexto, o MCD exige o "reforço imediato dos recursos humanos especializados e materiais, para que as escolas possam cumprir o seu papel inclusivo, o cumprimento rigoroso da legislação na constituição de turmas e na atribuição de apoios e a formação obrigatória para profissionais da educação em práticas inclusivas e gestão de conflitos".

É também reivindicado pelo movimento a "implementação de planos de prevenção da violência escolar, protegendo prioritariamente os alunos mais vulneráveis", alertando o MCD que "estas exigências continuarem a ser ignoradas" irá "denunciar esta situação ao Provedor de Justiça e a organismos internacionais como o Comité dos Direitos da Criança da ONU".

Paralelamente, o movimento promete também "lançar uma campanha nacional de responsabilização, expondo publicamente a incapacidade do Governo em cumprir o seu dever" e também "mobilizar a sociedade civil para exigir soluções imediatas, através de petições, debates e iniciativas de sensibilização".

Comentários
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  • José Alberto Pires d
    29 jan, 2025 Figueira da Foz 11:41
    Não custa nada exigir, quem exige nada faz, exijam primeiro que os pais deem educação aos filhos, que de seguida os governos tudo farão para todas as condições melhorem, agora como esta sociedade é enviada para as escolas para se verem livres dos filhos ...... haja paciência, esta gente das exigências esquece que agora os formadores são apenas amas dos filhos dos outros sem um mínimo de educação, quanto `inclusão nunca devia ser efetuada como está a ser, para dar satisfação a este tipo de exigências estão a ficar para trás crianças inteligentes que não tem tempo de formação e chegam ao final das licenciaturas e são acolhidas nas empresas e não estão minimamente preparadas. Só se vê gente a exigir e nada para cumprir.
  • Ilusões em bárdea
    28 jan, 2025 Educação falaciosa 20:53
    A Educação inclusiva é uma falácia, pois a única coisa que há é meter os alunos dentro de turmas "normais" onde após algum tempo quando a pressão de dar matéria à velocidade normal, aumenta, e a paciência acaba, esses alunos são ignorados , dando-se o "dez" no final para acalmar consciências e reclamações. Não há "inclusão" nenhuma. O que há é um teatro de enganos, depois do fecho da maior parte de escolas especiais, para poupar dinheiro distribuindo os NEE's pelas turmas "normais".

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