29 jan, 2025 - 12:52 • Ana Fernandes Silva , Jaime Dantas
O antigo diretor da Polícia Judiciária, Fernando Negrão, considera que o alegado armazenamento de dados sensíveis numa pen-drive encontrada no gabinete do antigo chefe de gabinete de António Costa pode constituir uma "ação dolosa" que "deve preocupar" os cidadãos.
O objeto foi encontrado num cofre do gabinete de Vítor Escária, durante as buscas de novembro de 2023, onde foram também encontrados mais de 75 mil euros em espécie.
Este facto, revelou esta quarta-feira a revista "Sábado", levou o Ministério Público a abrir uma nova investigação no âmbito da Operação Influencer — informação que a Renascença já confirmou. Em causa está uma possível violação do segredo de Estado.
À Renascença, o antigo ministro da Justiça sublinha que, a confirmar-se, este facto pode revelar uma "negligência muito perigosa" nos mais altos setores do Estado.
"Isto pode significar que a informação do Governo circula sem qualquer tipo de obstáculos, sem qualquer tipo de cuidado", alerta.
Ainda assim, Negrão recusa comentar um eventual envolvimento de António Costa, dizendo que essa avaliação cabe " à investigação criminal e ao Ministério Público". Uma investigação que o antigo governante confia que seguirá com "a rapidez necessária para que possam ser punidas práticas desta natureza".
O processo influencer remonta a 7 de novembro de 2023. A Procuradoria Geral da República, liderada na altura por Lucília Gago, emitiu um comunicado onde constava um célebre parágrafo acerca das suspeitas de envolvimento de António Costa em esquemas relacionados a negócios como o data center de Sines, levando à demissão do então primeiro-ministro.