31 jan, 2025 - 15:32 • Carla Fino
A comissão de utentes da FERTAGUS acusa a administração de “não conhecer a realidade”, exige a reposição dos antigos horários, bem como o investimento em mais comboios.
As mudanças promovidas pela empresa têm criado constrangimentos para quem quer apanhar o comboio. A reportagem da Renascença ouviu relatos de quem todos os dias, desde que foram implementadas as novas medidas, encontra as carruagens sempre sobrelotadas.
O porta-voz da comissão de utente, Aristides Teixeira, acusa a empresa de falta de seriedade “porque implementou as mudanças num período em que o país esteve a meio gás (15 de dezembro) e que não contava para nada”.
Aristides Teixeira critica ainda a empresa de não conhecer a realidade, “porque não anda de comboio e resolve os problemas atrás de uma secretária”.
A solução passa por “redesenhar os horários e o número de carruagens, mas o mais necessário é mesmo mais comboios e mais postos de trabalho”, defende, acrescentando que é “preciso que a FERTAGUS e o Governo se entendam e que seja possível libertar verbas para que isso seja possível”.
Aristides Teixeira descreve um cenário em que os utentes estão diariamente a “ser massacrados e que nas horas de ponta enfrentam situações inumanas, com a presença quase constante do INEM nas estações”.
A Comissão de Utentes pediu uma reunião com a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, que mostrou abertura para dialogar. Neste momento, aguardam uma data para o encontro.
A FERTAGUS garante que foi retomada a normalidade nos serviços, após a implementação dos ajustes de oferta no dia 20 este mês.
Em comunicado, a empresa revela que o serviço “está a realizar-se dentro do previsto” e sublinha que é preciso ter em “consideração que se trata de um serviço suburbano, com uma forte concentração dos clientes na hora de ponta da manhã e tarde, nas quais, em duas horas, se transportam cerca de 50% dos clientes transportados num dia”.
Adianta, por fim, que está a trabalhar com o Governo para encontrar “medidas que possam aumentar a qualidade do serviço”, nomeadamente a aquisição de mais carruagens.