03 fev, 2025 - 15:33 • Ana Catarina André , com redação
No mês de janeiro, morreram mais 1.191 pessoas além do esperado. É o que indicam os dados do último boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Num período de atividade gripal e de baixas temperaturas, a grande maioria dos 1.191 mortos tinha mais de 75 anos (88%) e 77% eram mulheres. Foi na segunda semana de janeiro (entre os dias 6 e 12) que se verificaram mais óbitos além do esperado.
Segundo o INSA, em dezembro praticamente não houve excesso de óbitos, o que reflete, até agora, uma época gripal com menor impacto na mortalidade do que a do ano passado.
A nível internacional, o relatório aponta para uma “atividade
da gripe sazonal com tendência crescente e elevado impacto nos serviços de
saúde em vários países”.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, diz que os números estão relacionados com o aumento de casos de gripe.
“Nas primeiras duas semanas está relacionada com o aumento da intensidade da atividade gripal, em que tivemos um pico grande novos casos motivados pelos convívios do Natal e do Ano Novo.”
Gustavo Tato Borges alerta que o pico da gripe ainda não foi atingido em Portugal, “o que motiva que no final do mês de janeiro temos outra vez um aumento do excesso de mortalidade”.
O relatório mostra, ainda, que a grande maioria das pessoas tinha mais de 75 anos e era do sexo feminino, número que, segundo Gustavo Tato Borges, está relacionado com o facto de haver mais mulheres do que homens entre a população mais velha.
Por enquanto, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública diz que “é muito difícil” associar este aumento de mortalidade aos problemas de acesso ao SNS.
[notícia atualizada - com declarações de Gustavo Tato Borges]