03 fev, 2025 - 13:52 • Jaime Dantas
António Ramalho Eanes considera que a existência de vários potenciais candidatos a Belém demonstram vitalidade da democracia, mas que as candidaturas deveriam ser "apresentadas mais tarde".
Aos jornalistas, à margem da sua premiação com galardão da Associação Idílio Pinho - que reconhece figuras marcantes na história de Portugal -, o antigo chefe de Estado recusou comentar uma eventual candidatura de Gouveia e Melo.
O general expressou ainda preocupação com o atual estado do mundo, que "mudou para pior".
"Aquilo que julgávamos que era sagrado, que era a soberania e o direito dos povos, tudo isso acabou", salientou.
A cerimónia contou ainda com a presença do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que apontou como prematura a apresentação de uma candidatura à Câmara Municipal do Porto, que acolheu a cerimónia.
"Estou muito focado em servir o país nas funções que exerço, como ministro do Governo da República", garantiu.
Ainda assim, o governante admite que, quando pensa na "dedicação a uma causa da comunidade", pensa na cidade do Porto.
Durante a sessão desta segunda-feira foram muitos os elogios ao primeiro Presidente da República, a começar pelo presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco.
A segunda figura da nação lembrou a importância do general para a consolidação da democracia, durante o Período Revolucionário em Curso (PREC).
"Os portugueses encontram no General Ramalho Eanes uma referência e um herói consensual", disse.
Já Pedro Duarte destacou a ética de Eanes no desempenho das funções presidenciais, que diz faltar no presente.
O Prémio Ilídio Pinho distingue em vida as personalidades mais importantes para Portugal. O General Ramalho Eanes sucede ao Cardeal Tolentino Mendonça e ao arquiteto Siza Vieira.