04 fev, 2025 - 09:30
Esperam e desesperam para serem vistos por um médico. No Amadora-Sintra, a sala de espera junto à admissão de doentes não tinha há pouco mais que meia dizia de utentes. Tanto a polícia como os seguranças em serviço no hospital olhavam, desconfiados.
Sentados lado a lado, encostados a uma parede ao fundo da sala, dois irmãos. Ele sentiu-se mal, ligou para a linha de saúde 24 e veio com a irmã ao hospital. Chegou perto das oito da noite de ontem, já passou pela triagem e fez exames de diagnóstico. Mas agora, há que esperar por um médico que olhe para eles e decida um tratamento. A esta hora, o site dos tempos médios de espera do SNS indicava quatro horas e meia de espera para doentes urgentes, com pulseira amarela.
Com a mesma cor de pulseira, outra doente aguardava desde a meia-noite na sala de espera do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
Abandona o edifício para vir cá fora fumar um cigarro e lamentar que, apesar de ter passado tanto tempo, ainda nem sequer foi chamada para qualquer exame ou análise. No interior da sala de espera há quem esteja deitado, a ocupar dois ou três lugares, tapado com mantas coloridas e com os chinelos de quarto no chão. Ao todo, estão cerca de 30 utentes à espera. Numa outra zona da sala, outra senhora, com ar desgastado, garantia que chegou pelas dez da noite e também não tinha feito qualquer exame.
Durante a madrugada, o tempo de espera para doentes urgentes - que não deviam esperar mais do que uma hora para serem vistos por um médico, depois da triagem - chegou às 14 horas.