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Comboios da CP na Fertagus? “É vergonhoso aquilo que o Governo quer fazer”

06 fev, 2025 - 01:30 • Marisa Gonçalves com Lusa

Têm-se sucedido os protestos dos utentes na Linha de Setúbal, devido à sobrelotação de carruagens.

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O Sindicato Nacional Independente dos Ferroviários não concorda com a possibilidade de o Governo vir a recorrer à CP para reforçar a linha ferroviária de Setúbal que é explorada pela Fertagus.

O sindicalista António Pereira diz à Renascença que essa medida vai prejudicar a CP, que já está no limite da utilização do seu material circulante.

“Acho que é vergonhoso aquilo que o Governo pretende fazer. O Governo pretendeu na Fertagus fazer omeletes sem ovos. Viu que foi um erro e agora quer ir buscar comboios à CP para pôr na Fertagus. A CP não tem comboios neste momento que cheguem para fazer os serviços diariamente. Os comboios andam sobrelotados. Se vão retirar mais circulação da CP para a Fertagus, vai ser um caos também na CP”, afirma.

António Pereira garante que os trabalhadores da CP estão descontentes com o anúncio feito pelo primeiro-ministro, esta quarta-feira, no Parlamento e critica a atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, por não ter apostado na renovação de comboios enquanto foi vice-presidente da empresa pública de transporte ferroviário, em 2013.

“A Senhora Secretária de Estado que esteve na CP e que, na altura, foi uma das causadoras de ter sido encostado muito material circulante que poderia estar a funcionar se fosse renovado atempadamente, agora quer ir buscar material à CP para a Fertagus, uma empresa privada. A CP vai ter mais prejuízo. O Governo tem é de comprar material circulante para colocar na CP e na Fertagus”, defende.

Até dezembro, a circulação de comboios da Fertagus entre as estações de Setúbal e de Lisboa (Roma-Areeiro) nos dias úteis era de 30 em 30 minutos, mas, a partir de 15 de dezembro do ano passado, passou a ser de 20 em 20 minutos.

O aumento da oferta do horário de transporte ferroviário entre Lisboa e Setúbal através da Ponte 25 de Abril foi anunciado em novembro pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do alargamento do contrato de concessão da Fertagus por seis anos e meio, até 31 março de 2031.

As mudanças vieram dar origem aos protestos dos utentes que, nas redes sociais e em alertas dirigidos à Câmara de Almada, acusam a Fertagus de estar a disponibilizar comboios com um número insuficiente de carruagens.

Comentários
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  • Nuno Avó
    09 fev, 2025 Pinhal Novo 13:38
    Já cá faltava a ladaínha do serviço público... a Fertagus funcionava muito bem, sem atrasos nem greves, o mesmo não se pode dizer da CP... o excesso de passageiros
  • Recuperem os encosta
    06 fev, 2025 O que não falta é material desde que seja reparado 09:55
    Há linhas ferroviárias a servir de estacionamento a dezenas de locomotivas e vagões encostados que com as devidas reparações, podiam ser recuperados para o serviço e ficaria muito mais barato e seria muito mais rápido que lançar concursos para novos comboios - há ainda um concurso suspenso a aguardar decisão de Tribunais após as impugnações do costume. Mas claro, não deve convir a alguém que não se lance concurso, mesmo demorando anos a ver-se os efeitos.

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