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Ministério da Saúde vai desenvolver plano para serviço de cirurgia do Amadora-Sintra

10 fev, 2025 - 17:23 • Lusa

"A ministra percebeu que há um problema", disse o bastonário da Ordem dos Médicos, após um encontro com Ana Paula Martins.

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O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, anunciou esta segunda-feira que a ministra da Saúde vai desenvolver um plano para dar resposta ao serviço de cirurgia geral da Unidade Local de Saúde (ULS) de Amadora-Sintra.

"A ministra [Ana Paula Martins] percebeu que há um problema. Vai desenvolver um plano. Em primeiro lugar, para tentar garantir a formação dos médicos", disse aos jornalistas Carlos Cortes, após uma reunião de cerca de uma hora e meia no Ministério da Saúde, em Lisboa.

De acordo com o bastonário, o serviço de urgência está a laborar "muito abaixo dos mínimos".

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"O hospital deveria ter entre seis e sete médicos na equipa cirúrgica. Em muitos dias só tem um médico na equipa cirúrgica, dois médicos especialistas na equipa cirúrgica. Qualquer pessoa, mesmo que não seja entendida nesta matéria, percebe que há aqui um comprometimento da segurança dos doentes e dos próprios profissionais", salientou.

Carlos Cortes indicou que o plano - que ainda será elaborado - pretende responder ao "trabalho diário da cirurgia geral e, nomeadamente, aos doentes que estão em lista de espera", desconhecendo quando vai ser implementando.

"Sabemos que o Conselho de Administração [CA] apresentou a demissão, sabemos que o diretor do serviço de urgência apresentou a demissão, portanto, há aqui uma dificuldade para encontrar interlocutores, mas aquilo que a ministra nos demonstrou foi uma vontade muito rápida, muito célere, de resolver a toda esta situação", sustentou.

O responsável reiterou que "a situação mais premente é a resposta do serviço de urgência".

"Aquilo que a ministra da Saúde - que não revelou os pormenores do plano - irá fazer é tentar dar uma resposta ao serviço de urgência. Oportunamente, quando a OM tiver conhecimento muito preciso daquilo que é esse plano, através do Colégio da Especialidade de Cirurgia Geral, emitirá a opinião técnica", vincou.

Questionado sobre se ficou satisfeito com a solução proposta por Ana Paula Martins, o bastonário disse que só ficará "quando souber que um doente, que é atendido nas urgências do Amadora-Sintra, tem todas as condições de segurança e qualidade para ser atendido".

O bastonário da OM já tinha dito na passada quinta-feira que os problemas da ULS de Amadora-Sintra "não desapareceram" com a demissão do CA, escusando-se "falar muito sobre essa matéria".

O responsável falava então à Lusa depois de os membros do CA da ULS de Amadora-Sintra terem apresentado a sua demissão à ministra da Saúde e ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS).

A demissão ocorreu um dia depois de a ministra da Saúde se ter se reunido com o CA da ULS Amadora-Sintra, após a OM ter pedido intervenção da tutela.

O bastonário da OM havia pedido na última segunda-feira a intervenção direta de Ana Paula Martins na ULS Amadora-Sintra, considerando que o CA não conseguia dar resposta à falta de profissionais.

Ao início da noite desse mesmo dia, o diretor do serviço de urgência da ULS Amadora-Sintra, Hugo Martins, demitiu-se do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 1 de fevereiro.

Na manhã de terça-feira, médicos internos do Hospital Fernando Fonseca manifestaram "profunda preocupação" com o funcionamento do serviço de cirurgia geral, numa carta em que denunciam o "clima de insegurança profissional" a que estão sujeitos.

Hoje, cerca de uma centena de utentes dos concelhos da Amadora e Sintra concentraram-se à porta da unidade hospitalar, exigindo mais profissionais de saúde.

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