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Inteligência artificial

Criou um "ChatGPT" para cibercrime. Jovem detido no norte do país

12 fev, 2025 - 20:51 • Lusa

Ferramenta "WormGPT" estaria a ser comercializada em fóruns de "hacking" para atividades ilícitas, avança a Polícia Judiciária.

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[Notícia atualizada às 22h44 - com as medidas de coação]

Um jovem de 22 anos foi detido esta quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ). É suspeito da criação de ferramentas informáticas de inteligência artificial (IA) com objetivos ilícitos.

A operação "Neural Kill Switch", da responsabilidade da Unidade Nacional de Cibercrime e Criminalidade Tecnológica, levou à detenção no norte do país do jovem "responsável pelo desenvolvimento de um modelo de Inteligência Artificial (IA), denominado "WormGPT", e que estaria a ser comercializado em fóruns de "hacking" para atividades ilícitas", explica a PJ, em comunicado.

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Foi apreendida no decurso da operação "toda a estrutura informática base do sistema, bem como documentos e outras informações pertinentes para a investigação".

O suspeito foi levado a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para conhecer as medidas de coação. Ficou sujeito a apresentações semanais e proibido de frequentar fóruns de ‘hackers’, disse à agência Lusa fonte judicial.

O "WormGPT" utiliza "um modelo de linguagem análogo ao do "ChatGPT", mas sem as limitações do original e com funcionalidades adicionais", explicou a PJ sobre a ferramenta lançada no início de 2023, "cedendo aos seus utilizadores formas de automatizar atividades maliciosas e facilitando o acesso a essas soluções como forma de diminuir a barreira de entrada no mundo do cibercrime".

A ferramenta podia ser adquirida em fóruns de cibercriminosos "e permitia aos criminosos, mesmo com pouco conhecimento técnico, criar guiões para enganar pessoas, desenvolver vírus e outro tipo de "software" malicioso ("malware") de forma quase instantânea e, assim, desenvolver elaboradas fraudes financeiras, ciberataques, espionagem corporativa e até campanhas de desinformação direcionadas".

O Ministério Público (MP) adiantou entretanto, numa nota na sua página oficial, que o inquérito se encontra em segredo de justiça e é tutelado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estando em investigação "factos suscetíveis de integrar a prática de crimes de sabotagem informática".

Segundo o MP realizaram-se hoje buscas domiciliárias e não domiciliárias.

O detido é suspeito de ter produzido "três programas informáticos destinados a perturbar o funcionamento de um sistema informático e passíveis de utilização para a prática de ataques e delitos cibernáuticos. Mais se indicia que o arguido publicitou os referidos programas, dando a conhecer as suas características e aptidões, e disponibilizou-os para utilização por terceiros, mediante pagamento ou de forma gratuita", refere a nota do MP.

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