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Sismo de 4.7 abala Grande Lisboa. Escolas e centros de saúde evacuados no Seixal

17 fev, 2025 - 13:26 • Daniela Espírito Santo , Carla Fino , Fábio Monteiro com Lusa

Foi o segundo sismo na região da capital em seis meses. Não há registo de vítimas ou estragos materiais. Site do IPMA esteve inacessível após sismo. "Quero dizer aos lisboetas que estamos preparados", assegura presidente da Câmara de Lisboa.

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[Notícia atualizada às 17h40 de 17 de fevereiro para acrescentar declarações de Carlos Moedas e explicar escalas]

Um sismo de 4.7 na escala de Richter foi sentido esta segunda-feira na Grande Lisboa, mas também noutras zonas do país. Algumas escolas e centros de saúde foram evacuados no concelho do Seixal.

O tremor de terra não provocou vítimas nem estragos. Foi sentido com intensidade máxima V/VI (instrumental) (escala de Mercalli modificada) no concelho de Almada e Sesimbra.

O epicentro foi localizado a cerca de 14 quilómetros a sudoeste de Seixal, a cinco quilómetros de profundidade.

Num segundo comunicado, o IPMA também confirmou não serem conhecidos "danos pessoais ou materiais", mas adianta que o abalo "foi sentido com intensidade máxima V/VI (instrumental) (escala de Mercalli modificada) no concelho de Almada e Sesimbra". Para além de ter sentido com intensidade máxima em Sintra (Lisboa) e Almada (Setúbal), foi também sentido, embora com menor intensidade, nalguns concelhos da região Centro ao Algarve.

"Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Odemira (Beja), Coimbra (Coimbra), Albufeira, Portimão (Faro), Alcobaça, Leiria (Leiria), Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Oeiras, Vila Franca de Xira, Amadora, Odivelas (Lisboa), Abrantes (Santarém), Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines (Setúbal)", informou o IPMA num comunicado divulgado às 14h11.

A intensidade V na escala de Mercalli modificada significa que o sismo foi "percetível no exterior" e pode ainda ter como efeito a queda de pequenos objetos e pessoas a acordar, se estiverem a dormir.

A escala de Mercalli modificada varia de 1 a 12 pontos e é uma escala qualitativa usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e naturais.

Segundo a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

Contactada pela Renascença, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não registou até agora danos, apenas chamadas sobre o que foi sentido. Apesar disso, os alunos foram retirados dos edifícios de algumas escolas da Grande Lisboa, por precaução.

Evacuações no concelho do Seixal

Também a Câmara Municipal do Seixal (CMS) informou que, devido ao sismo verificado no concelho, algumas escolas e centros de saúde locais foram evacuados por iniciativa dos respetivos delegados de segurança, sem haver registo de danos pessoais ou materiais.

Numa nota na rede social Facebook, a autarquia destacou que a maioria da população "adotou procedimentos de autoproteção" devido ao tremor de terra.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, explicou que os procedimentos adotados nas escolas foram os normais e “que resultam das ações de preparação que foram feitas pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, nomeadamente o facto de os alunos irem para as zonas seguras dos estabelecimentos”.

Paulo Silva disse ainda não ter conhecimento de que a população tenha ido para os pontos de encontro seguros, criados no concelho, ou de que tenha havido quaisquer danos materiais a registar.

Este é o segundo sismo sentido na região de Lisboa no espaço de seis meses. A 26 de agosto do ano passado, foi registado um tremor de terra de magnitude 5.3 na escala de Richter.

“Até ao momento, não há relato de qualquer dano ou vítima. Apenas umas pequenas chamadas de preocupação daquilo que se sentiu”, adiantou o comandante José Miranda, da Proteção Civil, à Renascença.

A Renascença também contactou a Autoridade Nacional das Comunicações que indica que, apesar de terem sido registados alguns congestionamentos na rede, à ANACOM não foram reportadas falhas significativas.

"Manter a ordem e a calma"

Numa situação como a que ocorreu ao início da tarde, o importante é manter a calma e seguir as indicações das autoridades, apela o comandante José Miranda.

"Nesta altura, é manter a calma. E estar em contacto com as pessoas de confiança que nos rodeiem. Não estejam sozinhos em nenhuma zona", diz o especialista, que pede para que ninguém se precipite.

"Não há necessidade de fazer evacuações de edifícios, nem algo do género. É manter a ordem e a calma."


Moedas deixa "mensagem de tranquilidade" aos lisboetas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, fez um balanço sobre o sismo desta segunda-feira e, aos jornalistas, passou uma "mensagem de tranquilidade".

"Quero dizer aos lisboetas que estamos preparados. Estamos aqui no centro de controlo que criamos nas cheias de Lisboa, onde já estivemos no último sismo, em agosto, com toda a tranquilidade. Estamos aqui, reunidos, preparados e a mostrar aos lisboetas que a preparação está feita", começa por dizer, garantindo que ninguém foi afetado pelo abalo desta segunda-feira.

"Não tivemos registo de nenhum dado ou pedido de urgência ou ajuda. Mas tivemos muitas pessoas que nos ligaram a pedir informação", explica o presidente lisboeta, que aproveitou a oportunidade para passar em revista o que tem feito neste campo nos últimos três anos.

"Temos duas torres de alerta de tsunami, fizemos uma grande revisão do plano de emergência, temos 86 pontos na cidade onde as pessoas se devem dirigir", assegura, relembrando aos lisboetas o que devem fazer nestes casos. "Sabemos que vivemos numa cidade com risco sísmico... e daí a importância de estarmos preparados".

"A primeira coisa a fazer é protegerem-se, debaixo de uma mesa ou vão de escada. Quando estabilizar, sair do edifício para um espaço amplo e, a partir daí, dirigirem-se, para estes 86 pontos de encontro que criamos", explica. "Peço às famílias lisboetas para irem ao site da Câmara Municipal de Lisboa e saberem onde se devem dirigir. Combinem com a família para, em caso de problema, se encontrem todos nesse ponto".

"Não houve nenhum dano, nenhum pedido de ajuda. Tivemos aqui um evento, devemos dar-nos por contentes por não haver consequências, mas as famílias devem estar preparadas", pede. "Uma catástrofe é sempre uma catástrofe. Mas a nossa escolha é: preparação, preparação, preparação. Estamos com toda a preparação necessária para reagir. Estamos reunidos e a trabalhar em todas as frentes", acrescenta.

"Que a tranquilidade esteja presente no espírito dos lisboetas", remata.

Site do IPMA foi abaixo

O site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que disponibiliza informação sobre tremores de terra, esteve esta segunda-feira inacessível durante alguns minutos devido "a um volume de tráfego excecionalmente elevado", após o sismo.

O IPMA teve de disponibilizar uma "versão simplificada" da sua página na Internet.

A Iniciativa CpC: Cidadãos pela Cibersegurança lamentou a situação, que também tinha sido registada depois do sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter sentido em 26 de agosto de 2024.

Comentários
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  • Maria
    17 fev, 2025 Palmela 14:02
    Eu nao senti nada!
  • José Luis DOS Santos
    17 fev, 2025 Lisboa "SE" 13:47
    Eu senti bem o tremor de Terra (sismo)
  • Rodrigo Silva
    17 fev, 2025 Fernão Ferro 13:37
    Sismo sentido com bastante intensidade nesta zona (Quinta da Lobateira)
  • Judith Prado
    17 fev, 2025 Lisboa 13:33
    Estava sentada no sofá e de refente tudo comecou a vibrar. Fiquei perplexa, desconfortável e sem saber o que fazer.

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