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FNAM. “Médicos não podem ser responsabilizados se trabalham sem equipa ou recursos”

19 fev, 2025 - 02:03 • Marisa Gonçalves

A falta de profissionais de saúde na ULS Almada-Seixal leva a organização a aconselhar os médicos a apresentarem escusas de responsabilidade.

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) aponta várias falhas nos serviços da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal que inclui o hospital Garcia de Orta, em especial nos serviços de urgência.

A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá fala em retrocesso nos cuidados de saúde do serviço público e aconselha os médicos da ULS Almada Seixal a apresentarem escusas de responsabilidade.

“Há falta de condições no trabalho para o exercício da Medicina e, por isso, pode haver um risco acrescido de erro médico pelo facto de as equipas estarem incompletas. Isso pode causar prejuízo aos utentes e aos médicos que não podem ser responsabilizados se estiverem a trabalhar numa equipa onde faltam outros médicos e onde faltam recursos”, refere à Renascença.

Joana Bordalo e Sá diz que o Governo não está a conseguir resolver os problemas no atendimento de utentes.

“Este Conselho de Administração desta ULS é uma das recentes nomeações políticas de Ana Paula Martins que não tem sido capaz de resolver o problema da falta de médicos que há no Garcia de Orta. Temos um problema grande ao nível da anestesiologia, são médicos extremamente necessários em urgência ao trabalho dos ginecologistas, dos obstetras e de outras especialidades”, aponta.

Joana Bordalo e Sá dá ainda outros exemplos que diz colocarem em causa a assistência a doentes urgentes e emergentes, no hospital Garcia de Orta, em Almada.

“Neste fim de semana que passou, o serviço de urgência, em geral, foi sobretudo assegurado por médicos muito jovens, médicos internos que estão em formação e por prestadores de serviço, ou seja, sem a devida vigilância. As escalas de urgência interna, a via verde do AVC, a de ginecologia e obstetrícia foram escalas que funcionaram e forma incompleta. No sábado havia apenas dois médicos de anestesiologia a assegurar a urgência até às 18h00 e a partir daí e até às 08h00 havia apenas um único médico anestesiologista”, revela.

A FNAM alerta que a falta de profissionais de saúde afeta utentes de Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Moita e Alcochete, que são servidos pelo Hospital Garcia de Orta, em Almada, e pelo Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro.

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