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Zelador do condomínio de Villas-Boas diz não se recordar das agressões de 2023

20 fev, 2025 - 14:05 • Lusa

O vigilante disse que não se lembra de ter sido agredido, nem por quantas pessoas, sabendo do que aconteceu pela mulher quando acordou no hospital.

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O vigilante do condomínio onde reside o presidente do FC Porto, e que em novembro de 2023 foi agredido, contou esta quinta-feira em tribunal ter ficado com sequelas físicas e psicológicas na sequência das agressões, das quais não se recorda.

"Não me recordo de nada", contou Avelino Teixeira, de 65 anos, ao coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, onde começaram a ser julgados os alegados quatro agressores que recusaram prestar declarações.

Adelino Teixeira, que exercia funções de vigilância no condomínio de André Villas-Boas, depois dos muros daquele terem sido grafitados, explicou que, na noite das agressões, a 22 de novembro de 2023, estava no interior da casa, mas cerca das 04:30 foi descansar para o seu carro que estava no exterior, altura em que foi agredido.

Contudo, o vigilante disse que não se lembra de ter sido agredido, nem por quantas pessoas, sabendo do que aconteceu pela mulher quando acordou no hospital. Além de o terem agredido, os suspeitos roubaram-lhe o carro e os documentos pessoais que estavam no seu interior.

Na sequência das agressões, Avelino Teixeira explicou ter sofrido múltiplas fraturas, nomeadamente no nariz, olhos e costas, passando, desde então, a ser seguido nas especialidades de cirurgia maxilofacial, neurologia, oftalmologia e neurologia.

"Fiquei com problema visuais, com uma espécie de sombra nos olhos, sobretudo no esquerdo que me incomoda muito", sublinhou.

E, a somar a isto, passou a tomar medicação diária, ficou receoso, intolerante e ansioso, vincou. Avelino Teixeira referiu ainda que o carro acabou por aparecer "mal estimado", um mês depois ao pé de sua casa, sem bateria, rádio, isqueiro, para-choques e óticas partidas, tendo gastado 1.300 a repará-lo.

André Villas-Boas, que também é assistente no processo, foi dispensado desta primeira audiência de julgamento a seu pedido.

Segundo a acusação, a que a Lusa teve acesso, os quatro suspeitos, entre os 18 e 22 anos, combinaram entre si na madrugada de 22 de novembro de 2023 de se apropriarem "do máximo" de objetos e dinheiro que conseguissem e vandalizar carros e lojas comerciais na cidade do Porto "recorrendo mesmo a agressões físicas".

Desta forma, em vários locais do Porto, em especial na zona da Foz, os arguidos apoderaram-se de bens e dinheiro do interior de dois estabelecimentos comerciais e de vários automóveis, além de os danificarem com recurso a um martelo, salienta.

Ainda durante essa madrugada, os suspeitos deslocaram-se até à residência do agora presidente do FC Porto, André Villas-Boas, que à data dos acontecimentos era candidato à liderança da presidência dos "dragões", e agrediram o zelador do condomínio e furtaram-lhe o telemóvel e carro que usaram para praticar alguns dos furtos, explicou.

No âmbito desta operação, apelidada de Zelador, e que teve início em novembro de 2023, a PSP aprendeu um automóvel, um motociclo, diversos telemóveis, peças de vestuário, equipamentos e ferramentas.

Os quatro homens estão acusados da prática, em coautoria, de 12 crimes de furto qualificado, cinco dos quais na forma tentada, seis crimes de dano e um crime de roubo.

Um dos arguidos responde ainda pelo crime de condução sem habilitação legal.

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