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Clara Marques Mendes

Acolhimento familiar. Campanha nacional está a ter “grande impacto”

21 fev, 2025 - 10:54 • Ângela Roque

Desde novembro foram certificadas 15 novas famílias de acolhimento e 110 estão a receber formação, entre várias centenas interessadas em avançar, diz à Renascença a Secretária de Estado da Ação Social e Inclusão. Clara Marques Mendes confia no aumento progressivo desta medida alternativa à institucionalização de crianças e jovens em risco.

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CLARA M MENDES sobre acolhimento familiar
Ouça aqui Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e inclusão Foto: Lara Castro/RR


Em apenas três meses, a nova campanha nacional de promoção do acolhimento familiar já fez subir o número de interessados, avança à Renascença a Secretária de Estado da Ação Social e da nclusão, neste que é o Dia do Acolhimento.

Em entrevista para o novo podcast "Vidas Invisíveis", da Renascença, em parceria com a Associação Candeia, sobre a realidade do acolhimento de crianças e jovens em Portugal, Clara Marques Mendes diz que os números falam por si.

“A campanha ‘Todos Juntos Pelo Acolhimento Familiar’ tem tido grande impacto. Dados de janeiro revelam que desde 20 de novembro de 2024, altura em que a apresentámos oficialmente, tivemos um total de 414 manifestações de interesse, ou seja, famílias que contactaram para saber informações”, indica.

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Dessas famílias “110 estão já em processo de formação e 15 já estão certificadas”, adianta ainda, garantindo que este resultado em tão curto espaço de tempo “já é mais em relação a campanhas anteriores”.

A Secretária de Estado acredita que “há margem para evoluir nesta medida”, que em muitos países já é a mais aplicada, mas em Portugal continua a ser residual, representando apenas 4,1% do total das medidas de acolhimento aplicadas.

Segundo o relatório Casa, que faz a análise anual do acolhimento de crianças e jovens em Portugal, em 2023 (últimos dados disponíveis) havia 6183 em acolhimento residencial e apenas 263 em acolhimento familiar. Ainda assim, no universo de mais de 53.700 crianças e jovens em risco, na esmagadora maioria dos casos opta-se por deixar as crianças com os pais biológicos, com outros familiares ou outras pessoas idóneas, e quando são mais velhos dá-se apoio à sua autonomia. São as chamadas “medidas em meio natural de vida”, e representam 88% do total das medidas aplicadas.

Clara Marques Mendes acredita que a nova campanha em curso fará subir os números do acolhimento familiar que, sendo uma medida muito habitual e até privilegiada noutros países, ainda é pouco conhecida em Portugal. “Estamos a fazer uma abordagem na campanha ligeiramente diferente daquilo que era feito no passado, porque é não só sensibilizar, mas também informar, porque muitas vezes o facto de as pessoas não conhecerem exatamente o que significa ser Família de Acolhimento, pode afastar as pessoas dessa medida, que é de carácter temporário. O objetivo é que aquela criança que vai ser confiada a uma Família de Acolhimento volte para a sua família biológica”.

A nova campanha nacional envolve pela primeira vez juntas as três entidades que gerem o acolhimento de crianças e jovens em Portugal: o Instituto da Segurança Social, a Casa Pia de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Para além da campanha para promoção do acolhimento familiar, o governo está a fazer a avaliação de todo o sistema de proteção de crianças e jovens em risco, que abrange outras soluções como a adoção, o apadrinhamento civil e as medidas de apoio à autonomização dos mais velhos na transição para a vida adulta. Espera-se que o grupo de trabalho apresente o seu relatório no final de março.

Clara Marques Mendes é a primeira convidada do "Vidas Invisíveis", um novo podcast da Renascença, em parceria com a Associação Candeia, sobre a realidade do acolhimento de crianças e jovens em Portugal, e que ficará disponível a partir da próxima semana

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