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Lisboa

Grito de alerta. Academia de Amadores de Música em contagem decrescente para o despejo

21 fev, 2025 - 17:10 • Carla Fino

Instituição celebra os 141 anos a 18 de março com um protesto em frente à Câmara de Lisboa

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A menos de 200 dias de sair do espaço no centro de Lisboa, a Academia dos Amadores de Música ainda não tem para onde ir. Não há nada de concreto.

“Ao contrário do quem sido passado por alguns responsáveis políticos, não há, até este momento, nenhuma solução concreta para a nossa situação”, diz Pedro Barata, o presidente da academia.

O tempo está a escassear e sem resolução à vista. Dia 30 de agosto é a data-limite para estarem no espaço que ocupam. Depois disso, é o despejo de uma instituição centenária, situada na rua Nova da Trindade, uma das zonas históricas da capital: o Chiado.

“Depois de três anos de diligências junto da Câmara Municipal de Lisboa e de um conjunto de entidades, a verdade é que não existe nenhuma localização em que eu possa garantir-vos que a academia se irá estabelecer após o dia 1 de setembro de 2025”, esclarece Pedro Barata, adiantando que existem “algumas potenciais soluções”, já identificadas pela direção.

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Os estúdios da Vítor Cordon, a Escola Veiga Beirão e as antigas instalações da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na Avenida de Berna, são as três principais soluções até agora conhecidas. Há ainda as instalações do Tribunal da Boa-Hora, propriedade do Ministério da Justiça.

O presidente da academia recusa as críticas dos autarcas da capital que afirmaram a Pedro Barata que a instituição “acordou tarde para a este assunto”: “A academia está desde 2002, ou seja, há 23 anos, a pugnar por uma solução para as instalações”, revela.

Recusa ainda a ideia de “pedantismo” pela localização numa zona nobre da cidade e explica que a academia “é uma escola do foro associativo, presta serviço público todos os anos, a 18 escolas do ensino básico e secundário do concelho de Lisboa, a maioria delas escolas públicas que obrigam a um contrato com o Ministério da Educação”. Trata-se de uma situação contratual que a academia espera manter e que, por isso, é muito importante garantir “acessibilidades para estes alunos”.

Apesar do modo pausado com que falou aos jornalistas, Pedro Barata não esconde o desalento com o arrastar da situação e lamenta a inoperância das estruturas governativas: “Como a nossa academia, há várias instituições que também estão assim, ano após ano, e as entidades responsáveis não atuam, desde logo a Câmara de Lisboa, o próprio Ministério da Cultura e, no nosso, caso o Ministério da Educação. É para mim um profundo desgosto”, desabafa.

O presidente anunciou que a Academia de Amadores de Música vai intensificar as ações de protesto e de sensibilização, a começar no próximo dia 18 de março, aniversário da instituição, um dia de luto em frente à autarquia lisboeta.

A instituição centenária tem até 30 de agosto para sair das instalações na zona do Chiado, em Lisboa. Em causa está o aumento da renda daquele espaço que disparou dos 542 euros para perto de 4 mil euros.

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