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"Operação Porthos". Megaoperação antidroga faz quatro detidos e 15 arguidos

25 fev, 2025 - 11:00 • Jaime Dantas , Daniela Espírito Santo , Carla Fino

Funcionários terão sido subornados por redes internacionais de tráfico. Foram constituídos 15 arguidos e apreendidos mais de "meio milhão em numerário, dez viaturas e cinco armas de fogo".

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Quatro pessoas foram detidas pela Polícia Judiciária no âmbito da operação "Porthos", que ocorreu esta terça-feira nos portos de Lisboa, Setúbal e Leiria.

De acordo com o mais recente comunicado da PJ, os quatro detidos são "suspeitos de beneficiarem organizações criminosas dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína a partir da América Latina", que "utilizam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes na Europa".

Foram, ainda, constituídos 15 arguidos e apreendidos mais de "meio milhão em numerário, dez viaturas e cinco armas de fogo".

Em causa a suspeita de que vários funcionários destes portos terão deixado entrar várias toneladas de cocaína provenientes da América Latina, depois terem sido subornados por várias organizações criminosas do Brasil, como o Primeiro Comando da Capital, e cartéis colombianos.

A operação "Porthos", pode ler-se no primeiro comunicado, "investiga a beneficiação de organizações criminosas dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína a partir da América Latina".

"Estas organizações criminosas usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores", acrescenta o texto.

A informação foi inicialmente dada pela CNN Portugal, que adianta que a PJ suspeita que funcionários da Autoridade tributária nas alfândegas terão sido subornados, funcionários esses que têm o poder de permitir a entrada em Portugal de substâncias sem que estas sejam alvo de fiscalização por entidades do Estado. A droga seria, posteriormente, distribuída pela Europa.

Nesta operação estiveram envolvidos 150 inspetores e peritos da Polícia Judiciária e quatro magistrados do Ministério Público, em articulação com Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). As buscas desta terça-feira foram realizadas a cerca de 30 habitações, empresas e locais de trabalho e é o culminar de uma investigação que já decorre há mais de dois anos.

"A operação visou a execução de 32 mandados de busca, dos quais 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias, para recolha de elementos de prova complementares".

Corrupção ativa e passiva, tráfico internacional de droga e branqueamento de capitais são os crimes em causa nesta investigação, que resulta da cooperação policial internacional. A investigação criminal irá prosseguir, garante a Polícia Judiciária.

[Notícia atualizada às 18h19 de 25 de fevereiro de 2025 com novos detalhes fornecidos por um segundo comunicado da PJ]

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