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Villas-Boas encontrou zelador da casa "todo ensanguentado e atordoado"

27 fev, 2025 - 12:17 • Lusa

O presidente do FC Porto é testemunha no processo Zelador. Quatro homens, entre os 18 e 22 anos, são acusados de agredir o seu zelador e de furtar dezenas de lojas comerciais e carros na zona da Foz.

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O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, contou esta quinta-feira em tribunal que na madrugada de 22 de novembro de 2023 encontrou o zelador do seu condomínio "todo ensanguentado e atordoado", depois de ter sido violentamente agredido.

"Estava ensanguentado e atordoado, não dizia coisa com coisa", afirmou André Villas-Boas perante o coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, que, à data dos factos, era candidato à presidência do clube.

O presidente dos "dragões" prestou declarações na qualidade de testemunha no processo Zelador que está a julgar quatro homens, entre os 18 e 22 anos, acusados de agredir o seu zelador e de furtar dezenas de lojas comerciais e carros na zona da Foz.

Villas-Boas contou que, depois de encontrar o vigilante agredido no exterior da casa, o levou para o interior e lhe prestou os primeiros socorros até à chegada da ambulância.

"Perguntei o que tinha acontecido, mas ele não conseguia dizer, só que tinha sido agredido", acrescentou.

Sobre como encontrou o zelador, que lhe tinha começado a prestar serviços de segurança após a casa ter sido grafitada, Villas-Boas relatou que eram 4h30 quando ouviu a campainha e foi ver o que se passava, sendo o zelador que estava a pedir ajuda.

À porta de casa estava uma enorme poça de sangue, uma garrafa de "whisky" vazia e um casaco branco, descreveu, frisando que o carro do vigilante tinha desaparecido.

"Foi tudo muito intenso, desde logo pelo Avelino [zelador], que é uma pessoa simples e educada e vê-lo espancado e agredido foi violento de todas as maneiras", vincou.

Na primeira audiência de julgamento, o vigilante, Avelino Teixeira, salientou ter ficado com sequelas físicas e psicológicas na sequência das agressões, das quais não se recorda.

Segundo a acusação, os quatro suspeitos combinaram entre si na madrugada de 22 de novembro de 2023 de se apropriarem "do máximo" de objetos e dinheiro que conseguissem e vandalizar carros e lojas comerciais na cidade do Porto "recorrendo mesmo a agressões físicas".

Desta forma, em vários locais do Porto, em especial na zona da Foz, os arguidos apoderaram-se de bens e dinheiro do interior de dois estabelecimentos comerciais e de vários automóveis, além de os danificarem com recurso a um martelo, salienta.

Ainda durante essa madrugada, os suspeitos deslocaram-se até à residência do presidente do FC Porto e agrediram o zelador do condomínio e furtaram-lhe o telemóvel e carro que usaram para praticar alguns dos furtos, explicou.

No âmbito desta operação, apelidada de Zelador e que teve início em novembro de 2023, a PSP aprendeu um automóvel, um motociclo, diversos telemóveis, peças de vestuário, equipamentos e ferramentas.

Os quatro homens estão acusados da prática, em coautoria, de 12 crimes de furto qualificado, cinco dos quais na forma tentada, seis crimes de dano e um crime de roubo.

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