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Mounira Al Solh leva a Serralves os traumas das guerras no Oriente

28 fev, 2025 - 08:40 • Redação

A exposição está patente entre 28 de fevereiro e 31 de agosto no Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves.

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A artista libanesa Mounira Al Solh estreia no Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves a exposição "Y'a Hamam Yalla Ma Tnam, Ma Tnam". A exibição retrata de forma íntima uma reflexão sobre as guerras no Médio Oriente, os conflitos regionais e os movimentos migratórios.

A mostra, com curadoria de João Mourão e Luís Silva, propõe uma abordagem do impacto psicológico da guerra e da experiência de deslocamento forçado, destacando as formas de resistência e os processos de recuperação no contexto de sofrimento humano.
A exposição centra-se na infância de Mounira, e na forma como viveu a guerra civil libanesa. "Para me ajudar a dormir durante a guerra, a minha mãe dizia-me para rasgar buracos nos meus pijamas, e bordar à volta do rasgão. Isso acalmava-me, e fazia com que eu adormecesse", conta a artista, que se inspirou nesta memória para complementar a exposição.

A infância acompanha toda a narrativa da exposição, que é acompanhada por canções de embalar em várias línguas, cantadas por crianças.

"Geralmente, são os pais que cantam canções de embalar para os filhos. Mas, neste caso, são os filhos que estão a cantar para os pais, porque os filhos também se importam, importam-se muito com os pais" explica a artista libanesa.

O sofrimento da migração forçada é uma temática exibida nesta exposição, abordada numa perspectiva feminista através de um vídeo baseado num mito libanês: "Não quero que a mulher seja uma vítima, e esta mulher do vídeo escapa, não morre".
A artista vê-se na personagem do vídeo, e reflete o sentido de comunidade de quem fica "não sei porquê, a fuga acaba por ter um significado prejurativo. As pessoas que fogem sentem-se mal por abandonarem quem decide ficar. Quem fica, sofre, mas permanece".

A exposição está patente entre 28 de fevereiro e 31 de agosto no Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves.

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