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Polémica. Missão Escola Pública desmente números das escolas do EDULOG

28 fev, 2025 - 21:26 • Fátima Casanova

A Missão Escola Pública diz que o estudo do EDULOG tem dados "falsos" sobre o número de escolas que têm menos de 15 alunos. EDULOG assegura à Renascença que está em curso uma "rigorosa revisão dos dados".

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A Missão Escola Pública (MEP) manifesta “o seu repúdio” relativamente ao mais recente estudo do EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo, que concluiu que a falta de professores era agravada por uma ineficiente gestão dos recursos humanos e da rede escolar.

Consultando os dados disponíveis em Infoescolas - Estatísticas do Ensino Básico e Secundário, a MEP conclui que “é falso” que cerca de 40% das escolas têm menos de 15 alunos por turma, como o EDULOG divulgou.

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À Renascença, a porta-voz da MEP, Cristina Mota, diz que feitas as contas aos estabelecimentos de ensino com menos de 20 alunos, públicos e privados, a percentagem fica-se pelos 9,8%.

Face a esta realidade, Cristina Mota diz que a percentagem de escolas com menos 15 alunos ainda será inferior aos 9,8%, ficando muito longe dos 40% divulgados pelo EDULOG.

Também os números relativos aos cursos profissionais são desmentidos pela MEP. Cristina Mota diz que “dos 3.165 cursos, há 574 com menos de 10 alunos, o que perfaz 18,1% ao contrário dos 79% que foram indicados no estudo”.

David Justino “deveria vir a público” dar explicações

Face à discrepância de números, a MEP diz, em comunicado a que a Renascença teve acesso, que o estudo do EDULOG, “ao invés de contribuir para a resolução dos problemas da Escola Pública, veio mais uma vez denegrir os seus profissionais e contribuir para a desinformação e construção errónea da ideia generalizada de a Escola como organismo incapaz de gerir os seus recursos”.

A porta-voz da Missão Escola Pública sublinha que, “tendo em conta o contexto mediático em que a informação foi divulgada e a forma como a opinião pública a assimilou, uma instituição como o EDULOG e uma personalidade como um ex-ministro da Educação deveria ter maior responsabilidade na forma como divulga informação, que poderá condicionar tanto a opinião pública, como as medidas implementadas na nossa Escola pública”.

Cristina Mota vai mais longe e diz que David Justino “deveria vir a público referir se o estudo tem ou não tem falhas” e no caso de ter dados que comprovem os resultados a que chegou, “que os apresente”.

As conclusões a que a MEP chegou depois de consultar os dados do Infoescolas, foram enviadas nesta sexta-feira para o Ministério da Educação.

EDULOG responde que tem em curso “rigorosa revisão dos dados”

Confrontado pela Renascença sobre as críticas da Missão Escola Pública, o EDULOG assegura que está a “realizar uma análise mais aprofundada de alguns dados apresentados no estudo ‘Necessidades de Professores: Deficit ou Ineficiência na Gestão da Oferta de Ensino?”

Na resposta enviada à Renascença, assegura que “como parte do nosso compromisso com a total transparência e qualidade da informação por nós disseminada, encontra-se em curso uma rigorosa revisão dos dados, da qual daremos nota oportunamente”.

Conclui, sublinhando que a missão do EDULOG, gabinete de estudos da Fundação Belmiro de Azevedo, “é contribuir positivamente para uma reflexão informada sobre o setor da Educação em Portugal".

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