07 mar, 2025 - 14:48 • Liliana Monteiro
O diretor nacional da PSP reafirma a confiança no agente acusado de balear mortalmente Odair Moniz, na Cova da Moura, na Amadora, em outubro do ano passado.
Questionado sobre a conclusão do inquérito da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), que determina a abertura de um processo disciplinar por despacho da ministra da Administração Interna, Luís Carrilho sublinhou que a Polícia de Segurança Pública é das forças mais escrutinadas.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
“A PSP é uma instituição sujeita a um escrutínio e controlo interno e externo muito forte”, disse, garantindo que os policias dão o seu melhor pela segurança pública. O diretor nacional da PSP falava à margem de uma cerimónia que assinalou o Dia da Mulher na PSP.
Luís Carrilho sublinhou que se assiste ao normal curso do papel das instituições. “Quando há situações que levantam dúvidas tanto o sistema de justiça nacional como o sistema de justiça interno acuam”, disse, lembrando que "quando há um despacho de acusação a envolver um agente isso implica a abertura de um processo disciplinar”.
Recordando que não se pode esquecer que existe a presunção de inocência, e lamentando a morte de Odair, disse: “Queremos reafirmar a confiança no nosso polícia e nos nossos policias da mesma forma que acreditamos no funcionamento da justiça.”
Questionado sobre se faz sentido esperar pela justiça dos tribunais para depois se agir disciplinarmente e em conformidade, o diretor nacional da PSP lembrou que “há independência entre as duas partes”.
Em resposta à Renascença, a IGAI informou que “o processo de inquérito foi concluído no dia 27/02/2025, com determinação de abertura de processo disciplinar ao Agente da PSP por despacho da senhora ministra da Administração Interna, acolhendo proposta da Inspeção-Geral da Administração Interna”. Caberá agora determinar se o agente deve, ou não, ser expulso da PSP.
Acrescentando que “no âmbito do processo disciplinar, foi determinada a suspensão preventiva do Agente da PSP por despacho da Senhora Ministra da Administração Interna, acolhendo proposta da Inspeção-Geral da Administração Interna”.
De recordar que o caso da morte de Odair Moniz aguarda marcação de julgamento depois do Ministério Público ter deduzido acusação sem que as partes tenham pedido a fase de Instrução. Odair Moniz de 43 anos morreu depois de atingido com duas balas disparadas pela arma de serviço de um agente da PSP.
Questionado ainda sobre a possível queda do Governo e consequentemente do Ministério da Administração interna com quem os polícias têm estado a negociar questões salariais e de estatuto, Luís Carrilho sublinha que a PSP e o diretor nacional são apartidários.
"Temos um papel essencial no funcionamento das instituições democráticas e órgãos de soberania. Tudo faremos para que o equilíbrio entre liberdade e segurança continuem a existir, continuando a fazer tudo para garantir a segurança em Portugal”, concluiu.
[notícia atualizada às 17h06]