07 mar, 2025 - 16:35 • Liliana Monteiro
Aproveitando a celebração do Dia da Mulher, a PSP lança a campanha “Sem consentimento”. O objetivo é “alertar a sociedade civil para as consequências da adoção de comportamentos de risco como a partilha não consentida de conteúdos íntimos através da internet, o assédio e a adulteração de bebidas”.
Crimes que ocorrem “sem o consentimento das vítimas, causam grande sofrimento, desespero e sentimento de culpa, além de produzirem efeitos que se prolongam no tempo e que se tornam praticamente impossíveis de 'apagar'”, explica a PSP.
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A campanha alerta para a necessidade dos autores dos crimes serem “responsabilizados”, caindo por terra a ideia de que no espaço virtual tudo se pode fazer e de que a vitima é a culpada.
A partir deste sábado vão ser divulgados três pequenos vídeos a alertar para cada um dos crimes, um deles feito por jovens a quem esta campanha também se dirige e será levada aos estabelecimentos de ensino pela Escola Segura.
Na apresentação da campanha “Sem consentimento” a comissária Patricia Firmino, do Departamento de Operações da PSP, recordou o que configura o assédio: “insinuações sexuais, contacto físico contra vontade, perseguição social, intimidação e humilhação”, sublinhando que “as mulheres sofrem em silêncio com medo de represálias”, sendo necessário que a sociedade civil ponha fim a estes crime e denuncie.
O diretor nacional da PSP, superintendente Luís Carrilho, admite que o efetivo da Polícia de Segurança Pública está longe da paridade desejada e que há um caminho ainda a percorrer.
“Os números mostram que estamos ainda muito longe do objetivo. O número é insuficiente e tudo devemos fazer para que mais mulheres integrem a PSP”, afirma Luís Carrilho, saudando, no entanto que “a taxa de mulheres que desempenham funções de apoio à atividade operacional é hoje significativamente maior que a dos homens, tanto de 2023 como em 2024”.
Foi em 1963 o primeiro ano em que a PSP admitiu mulheres civis com funções técnicas de apoio à atividade operacional. Atualmente, num universo de 20 900 polícias da PSP, 1869 são mulheres, o que corresponde a cerca de 9% do efetivo policial da PSP.
Do efetivo feminino da PSP, 137 mulheres pertencem à carreira de Oficial de Polícia (7,3%), 159 integram a carreira de Chefe de Polícia (8,5%) e 1573 incorporam a carreira de Agente de Polícia (84,2%). Presentemente, existem mulheres em todas as categorias da PSP, à exceção da categoria de superintendente-chefe.