07 mar, 2025 - 09:29 • Jaime Dantas
O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), comandante Carlos Rodrigues, considera que Portugal tem condições para enviar um "contingente reduzido" de tropas de manutenção de paz para a Ucrânia.
A hipótese foi admitida esta quinta-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e, em declarações à Renascença, o presidente da AOFA lembra que já "vem sendo tradicional as forças armadas darem apoio à manutenção de paz, com o deslocamento de forças militares para outras áreas".
No caso da Ucrânia, "há de ser sempre de forma muito segmentada dada a falta de pessoas".
"Temos as fileiras exauridas de pessoas relativamente àquilo que é considerado minimamente necessário para as Forças Armadas funcionarem dentro de alguma normalidade", alerta o militar.
Esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, apresentou um plano para rearmar a Europa, face à ameaça russa, com um pacote de investimentos que pode chegar aos 800 mil milhões de euros.
Sobre este anúncio, Carlos Rodrigues alerta que, independentemente do valor investido em equipamento militar, "o plano será, logicamente, uma aposta falhada" caso não sejam integrados mais militares nas Forças Armadas.
Questionado sobre a inevitabilidade da recuperação do Serviço Militar Obrigatório, o presidente da AOFA classifica-a como uma "não questão", uma vez que este "não foi extinto, foi suspenso".
"Isso faz parte do discurso dos nossos políticos, que, durante muito tempo, desvalorizaram a profissão militar. Em situação de guerra, naturalmente que a população em geral é convocada para esse tipo de missão", remata o presidente da AOFA.