08 mar, 2025 - 17:36 • Anabela Góis , com redação
“Com satisfação, mas com alguma reserva”. O presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, espera para ver como vai ser implementado o programa do Governo para mitigar o efeito ruído provocado pelos voos no Aeroporto Humberto Delgado, na Portela.
O Programa Menos Ruído, aprovado na sexta-feira em Conselho de Ministro, tem um orçamento de 10 milhões de euros para obras de isolamento acústico nos edifícios afetados pelo ruído aéreo, a executar pelas câmaras de Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira e Almada.
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O autarca de Loures diz que “os dez milhões de euros são sempre bem-vindos, mas vamos ver se são suficientes para fazer aquilo que no passado não foi feito”.
Ricardo Leão mostra reservas e recorda que, no passado, houve um programa idêntico que “não foi concretizado”.
O Programa Menos Ruído prevê intervenções em edifícios públicos e habitacionais. O presidente da Câmara de Loures considera fundamental apoiar a insonorização na casa da população afetada.
Lisboa
Aeroporto Humberto Delgado: governo lança Programa(...)
“Uma das matérias que o município de Loures alertou sempre foi para a necessidade de se fazer obras de mitigação do efeito do ruído, não só nos edifícios públicos, mas também nos edifícios privados, nas casas das pessoas, nas janelas, nomeadamente em zonas de grande impacto sonoro: Prior Velho, Camarate, Santa Iria de Azóia, em toda a zona oriental do concelho de Loures. Esse programa e esse investimento é bem-vindo, desde que se concretize. Fico satisfeito, mas com alguma reserva.”
A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) vai estudar a proibição dos voos no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, entre a 1h00 e as 5h00 da manhã, restrições à operação dos aparelhos mais ruidosos a partir das 23h00 e alternativas às rotas de descolagem para reduzir a população exposta a níveis elevados de ruído.
O autarca de Loures compreende a importância do aeroporto para a economia nacional, mas defende que o horário noturno de exclusão aérea deveria ser alargado.
“Acho que o horário durante a madrugada é diminuto, devia ser mais alargado. Eu não sou contra o desenvolvimento económico do país e estamos a falar do aumento de voos necessários para que a economia cresça. Mas como presidente de câmara tenho que defender o interesse da minha população. Aqui, o efeito negativo que se traduz é no ruído que provoca na zona oriental do concelho e não é só nos edifícios públicos, também é na casa das pessoas. Acho que a restrição é curta demais, a madrugada deveria ser mais alargada”, sublinha.