10 mar, 2025 - 23:38 • Liliana Monteiro
Ainda não foi esta segunda-feira que começaram as alegações finais do caso em que o primeiro-ministro pede uma indemnização de 1.750 euros depois de ter ficado com fato pintado de verde.
Em fevereiro do ano passado, Vicente Fernandes, um jovem de 19 anos, do movimento Greve Climática Estudantil, atirou tinta verde ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, na zona da cabeça, espalhando-se pela roupa, aquando de uma visita à FIL - Feira Internacional de Lisboa.
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O jovem está acusado de três crimes de dano, delitos relacionados com prejuízos no vestuário do chefe do Governo, de uma fotógrafa do CDS e de um agente da PSP.
O julgamento arrancou em outubro do ano passado, mas ainda não acabou. As sessões, depois de terem sido ouvidas as testemunhas, têm ficado marcadas por esclarecimentos sobre o tipo de tinta (lavável, ou não lavável) se a embalagem tinha, ou não, rótulo e o preço do fato que é contestado pela defesa do jovem.
Ao primeiro-ministro (que não é representado por advogado, uma vez que optou por apresentar por escrito a sua própria defesa) foram pedidas informações sobre o fato. As respostas chegaram ao tribunal apenas em meados de fevereiro, juntamente com o dito fato.
Líder da Aliança Democrática lamentou o incidente,(...)
O tribunal, a pedido da defesa do arguido, pediu à marca do fato para informar o modelo e preço, por forma a avaliar a justeza da indemnização que é feita por Montenegro, e contestada pelo arguido, mas essas informações completas ainda não chegaram ao processo.
As alegações finais que deviam acontecer esta segunda-feira foram adiadas, tendo o arguido pedido para prestar novas declarações. Vicente Fernandes sublinhou que a fita cola à volta do rótulo "não era para o esconder, mas para servir de alça para a mão pegar na lata".
Explicou de novo à juíza que a tinta era lavável e ecológica porque era essa que "selecionavam" para as ações de protesto.
Disse que "não tinha intenção de danificar roupa do primeiro-ministro ou de pessoas à volta dele", acrescentado que já tinha sujado a sua roupa na pintura de faixas de protesto e a tinta tinha saído sempre.
A ação com o derrame de tinta verde sobre Luís Montenegro pretendia exigir o fim da utilização de combustíveis fósseis até 2030.
A próxima sessão ficou agendada para dia 20 de março, às 15h00, no juízo de pequena instância criminal de Lisboa.